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“Este livro”, diz a jovem na televisão, “surgiu a convite da minha editora. Eu disse logo que sim, mas depois lembrei-me que não tinha nada para dizer”. “E então desistiu”, pensei. “E, então, pensei vou falar sobre a minha vida", acrescentou a jovem senhora aos saltinhos, "espero que gostem”. “Vão gostar, com certeza” diz o apresentador, também aos saltinhos. O programa, de resto, também é todo aos saltinhos. A imagem salta para a cima e para baixo, para um lado e para o outro, para a frente e para trás. O programa salta de um tema para o outro, de um convidado para outro, de um efeito visual para o outro: um “zapping” sem mudar de canal, que eu espero que as pessoas gostem; tal como os livros sem “nada para dizer”, que as pessoas gostam; aos “saltinhos”, como as pessoas gostam.
“Quem não tem cão, caça com gato”. Assim diz o ditado. Mas, eu também não tenho gato. Tenho o SAPO.
Também não tenho Facebook, mailing list, ou outra forma de o promover. Tive a ideia de começar a escrever um blog, pelo gosto de escrever. Para manter os dedos ágeis e a cabeça a funcionar. Não promovo, nem comento com amigos, o que ando a escrever. Lançar-me assim, no meio da multidão, é correr o risco de passar invisível. Não tinha a noção de que se escreve tanto. Escrevo um post e, ao mesmo tempo, vejo mais meia dúzia deles publicados. Há muita gente a escrever.
Eu também escrevo. Escrevo apenas. E tenho o SAPO.
Em pouco mais de 20 posts, esta é a terceira vez que me destacam. Obrigado ao SAPO. E obrigado a todos, por lerem e comentarem.
Um abraço,
Miguel