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Enquanto os especialistas e os políticos se reúnem, em Lisboa, para discutir o crescimento da pandemia; os ingleses juntam-se, no Porto, para beber cerveja, discutir futebol e andar à cacetada. Diz um responsável, que algo terá falhado. Para além do juízo?
Caso já nos tenhamos esquecido, há, por aí, um bicho que mata. E há, também, uma coisa que evita que o faça: chama-se vacina. O processo de investigação e criação da vacina foi de uma rapidez nunca vista. Mas, o processo de vacinação tem sido atribulado: o fabrico e a distribuição têm sofrido vários atrasos e surgiram dúvidas em relação aos efeitos secundários de uma das marcas existentes. As dúvidas são legítimas e têm sido analisadas. Continua, no entanto, a haver uma certeza: o bicho mata.
Ontem, na RTP, o epidemiologista Henrique Barros punha as coisas da seguinte forma: se toda a população portuguesa fosse vacinada com a vacina da AstraZeneca haveria o risco de morrerem 10 a 12 pessoas, em Portugal. Uma desgraça, certamente. Mas, o que dizer das quase 17 mil mortes que já tivemos, desde o início da pandemia? Poderemos, sempre, argumentar que no início não tínhamos vacina. Mas, agora, temos. E, enquanto recusamos uma vacina e interrompemos, repetidamente, o processo de vacinação, o bicho vai matando. Só ontem, morreram 9 pessoas em Portugal: da doença, não da vacina, entenda-se. E, se pensarmos bem, é um alívio - tendo em conta que já tivemos mais de 300 mortes por dia.
Esta não é, portanto, uma discussão entre o copo meio cheio ou meio vazio. É mais entre o copo meio cheio e a rede nacional de abastecimento de água.
O meu corretor ortográfico não reconhece "desconfinamento". Só não percebi, ainda, se está armado em Velho do Restelo, ou se está armado em virologista.
Por causa da pandemia, os media têm ouvido (e bem) epidemiologistas, virologistas e especialistas em saúde pública. Acho que está na altura de ouvir, também, os hepatologistas. Por causa dos maus fígados.