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É o bicho

por Miguel Bastos, em 27.02.24

vamos a votos.jpg 

O coelho, o lobo mau e os pássaros do sul. A campanha está na rua. E está na rádio. "É o bicho!", dizem, "É o bicho!" Para devorar, aqui.

https://www.rtp.pt/play/p12841/e750985/vamos-a-votos

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Peru

por Miguel Bastos, em 21.12.22

peru.jpg 

- Olha, um peru!
- Como é que lhe chamaste?
- Peru. Em português, este animal tem o nome do teu país.
- Não acredito!
- Acredita, que é verdade.
O Peru volta a estar em crise. Estou chateado que nem um peru.
A Consuelo não vai perceber a expressão, mas, talvez, acredite.

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Achar o Brasil

por Miguel Bastos, em 02.11.22

fernanda abreu.jpg

- Essa cantora, aí... é portuguesa, "Migueu"?
- A Fernanda Abreu? Não, é brasileira.
- Tem certeza, "Migueu"?
- Tenho, tenho.
- Conheço não. Você conhece outras cantoras brasileiras?
- Ui, tantas!
- Quais?
- Elis Regina, Maria Bethânia...
- De agora...
- Marisa Monte...
- Já ouvi falar. Você gosta de axé?
- Hum...
- Sertaneja?
- Gosto mais de bossa nova.
- Ah! Meio triste "né", "Migueu"?
A Luci, a descobrir Portugal. Eu, a tentar achar o Brasil.

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Portunhol

por Miguel Bastos, em 29.10.22

bolsonaro.png

"Não falo espanhol nem portunhol". Foi desta forma que o candidato Jair Bolsonaro resolveu responder à pergunta do jornalista Pedro Sá Guerra. O Pedro falou-lhe em português - a língua oficial do Brasil - o candidato fingiu não perceber a sua própria língua. Quis-se mostrar arrogante, mas acabou por se mostrar analfabeto. "Quem diz é que é" - uma das frases mais sábias que guardo da infância - pode ser aplicada aqui. 

A reportagem pode ser vista aqui:

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/bolsonaro-replica-a-pergunta-da-rtp-que-nao-fala-espanhol-nem-portinhol_v1443531 

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Um dia inesquecível

por Miguel Bastos, em 26.09.22

dia inesquecivel.jpg 

Antonietta (Sophia Loren) acorda numa casa cheia de filhos. É dona de casa, diríamos nós. Um nome que se dá (ironicamente) a quem não é dono de nada: nem si próprio. Para ela, vai ser mais um dia como os outros. Para a família, que prepara com zelo, será "Um Dia Inesquecível". O dia em que Mussolini irá receber Adolf Hitler, com pompa e circunstância. O filme de Ettore Scola, não vai mostrar, no entanto, a Roma imperial em festa. Adivinham-se paradas militares, banhos de multidão, encontros palacianos. Mas, da festa, chega apenas o som, emitido pelos altifalantes. O som rodeia os únicos personagens que ficam em casa, num prédio, agora vazio: Antonietta e Gabrielle (Marcello Mastroianni). O som vai-se desvanecendo, à medida que os personagens vão mergulhando, um no outro e dentro de si próprios. No final do dia, "inesquecível", Antonietta irá voltar à algazarra que lhe esvazia a vida; Gabrielle irá partir, escoltado pela polícia, para o que, na melhor das hipóteses, será um exílio. Está visto, a história (não vou contar detalhes) não acaba bem. A Itália (sabemos, da história) não acabou bem. A Itália acorda, hoje, com saudades não sei de quê.

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Divórcio

por Miguel Bastos, em 21.04.22

macron le pen.jpg

Estou a ver o noticiário, na televisão. Em rodapé, anuncia-se o novo filme de António Pedro Vasconcelos, sobre o tema do divórcio. Olho para ecrã. Sóbrio e elegante, um casal de meia idade senta-se, frente a frente. Discutem os problemas que os apoquentam. Separam-nos umas mesinhas, pequenas, e um mundo, imenso: as contas do gás, da eletricidade, a economia doméstica, e a russa que se meteu entre eles. "Eu sou uma mulher livre", diz ela. "Pronto, está consumada a separação", penso em voz alta. Mas, subitamente, pinta um clima. Sim, um clima. "Quem lá ver...", penso, de novo, em voz alta. "Você é uma climo-cética!", atira ele. "E você é um climo-hipócrita", responde ela. O ambiente não está nada bom. Desligo o televisor.

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Votos desperdiçados

por Miguel Bastos, em 09.02.22

novo castro.jpg

A "questão dos chamados 'votos desperdiçados'", escreve Ribeiro e Castro, hoje no DN, "Não é uma questão nova". O nome histórico do CDS explica porque é que há sempre votos que não são convertidos em mandatos. Pedagogicamente, aborda as vantagens e desvantagens dos sistemas maioritários e dos sistemas proporcionais. No primeiro caso, quem ganha, ganha tudo - mesmo que seja por 1% - o quer dizer que pode haver 49% (ou 56% ou 75%) de "votos desperdiçados". No segundo, a questão, sendo atenuada, não desaparece. Isso deve-se a dois fatores: a matemática ("inexorável", escreve o autor) e a democracia ("onde há uns que ganham; e outros que perdem"). Para além da representatividade, Ribeiro e Castro está preocupado com a governabilidade, que seria posta em causa com uma excessiva dispersão dos votos: "Nesse caso, não seriam só os votos que iriam 'para o lixo', mas talvez toda a democracia".            

Detenho-me a pensar que este artigo é assinado por alguém que, ao fim de quase 50 anos, vê o seu partido sair da Assembleia da República. Ribeiro e Castro perdeu as eleições. Se calhar, mereceu. Mas, pô-lo no "lixo" (a ele ou ao seu partido) não trará nada de bom à democracia. 

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Obviamente, demita-se

por Miguel Bastos, em 08.02.22

andre silva.jpg

Depois do artigo no Público, André Silva, na SIC, insistiu nas críticas a Inês Sousa Real:
 - "deve demitir-se"
 - "comportou-se como afilhada do PS"
 - "teve uma postura errática"
 - “total falta de noção”
E à atual situação do partido:
 - "rumo desastroso"
 - "situação deplorável"
 - "puseram o partido na lama"
Garante, no entanto, que não quer voltar à liderança, mas quer um congresso e tem um argumento de peso: “até o Chega o fez”.
Convenhamos, para um antigo líder de partido que é todo "pessoas" e "animais" e "natureza", André Silva tem um "killer instinct" surpreendente. Podia (devia?) voltar a liderar um partido. E nem estou a pensar no PAN, estou a pensar noutro partidos onde a qualidade é mais apreciada e há vagas para grande chefe.

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Insondagens

por Miguel Bastos, em 31.01.22

costa.jpg

Portanto, se bem percebi: são insondáveis os caminhos deste senhor.

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É só conversa

por Miguel Bastos, em 12.01.22

antena aberta.jpg

"Falam, falam, falam"; "Prometem isto e aquilo"; "É só conversa".
"A democracia é sobretudo conversa", responde Adelino Maltez, "conversa pluralista".
O Professor Jubilado de Ciência Política tem acompanhado, "com muito entusiamo", os debates na televisão: "têm sido uma festa da democracia. Faz-me lembrar os primeiros tempos da democracia pluralista". E, depois, fala numa espécie de "Taça de Portugal" da democracia, em que os pequenos partidos jogam com os grandes, de igual para igual.
Conversemos, então.

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