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O Dinis parecia um "yuppie" do cinema: a mesma forma de vestir e de calçar; o mesmo tipo de penteado; o mesmo gosto por relógios, carros e mulheres; o mesmo o pragmatismo; os mesmos princípios, ou falta deles. Podem ver o Dinis nos filmes sobre Wall Street, de Oliver Stone e de Martin Scorsese. Quando falava com um cliente, o Dinis dizia "tu vales 10% da minha faturação, tu vales 10% do meu tempo". Se lhe pediam mais tempo, negociava: em dinheiro. Não dava tempo de antena - a ninguém. Nem um minuto, para além da faturação. Custa a admitir, mas, talvez, o Dinis tivesse alguma razão: 10%, pelo menos.
"Eu tenho um saco azul", diz o candidato às presidenciais. Não é, presume-se, um caso para investigar, porque foi dito por Vitorino Silva, numa tertúlia com o presidente da República. O saco é de uma conhecida empresa multinacional. Normalmente, serve para guardar cobertores.
A dada altura, deixei de ver telenovelas. Mas lia os resumos, nos jornais. Assim, não perdia tempo, nem uma pitada da história, nem uma conversa com a vizinhança. Acho que se devia fazer o mesmo com os debates presidenciais. Com três debates numa noite, é impossível acompanhar todas as peripécias. Ontem, por exemplo, assisti aos debates entre Marcelo Rebelo de Sousa e João Ferreira e entre Marisa Matias e Ana Gomes, acabando, depois, por descobrir que o debate da noite tinha sido entre Vitorino Silva e André Ventura. Os debates deviam ser gravados, como as novelas. Assim, eu lia os resumos, nos jornais, e optava pela melhor trama. E as televisões podiam fazer boas promoções com imagens emotivas e canções de ir às lágrimas. Conseguem imaginar o impacto da promoção do debate entre Vitorino Silva e André Ventura ao som das "Pedras na calçada", de Paulo Gonzo?
Com a derrota nas eleições, toda a gente fala mal dos trompistas. Não concordo. São gente boa. Merecem ser ouvidos.
Esta noite, fui para a cama banhado em lágrimas. Ouvi Donald Trump, a queixar-se, com razão, do grande capital. Esses milionários que não apoiam gente pobre, como ele, que qualquer dia não tem dinheiro para pagar as despesas - água, luz, gás - da sua pequena torre em Manhattan.
Quem diria que iríamos ter o Autoproclamado Estado Americanico? Custa a dizer, eu sei. Mas, se tiver de ser, a gente habitua-se.
Estados Unidos: "Estou praticamente decidido a concorrer a presidente. O que o país quer é um candidato que não se deixe ferir por investigações ao seu passado, para que aos inimigos do partido seja impossível desencantar uma história que não seja já de todos conhecida. Se, à partida, se souber o pior acerca de um candidato, todas as tentativas de o surpreender serão derrotadas". Com eleições presidenciais à porta, é impossível não pensar num candidato. Mas não será difícil pensar noutros candidatos, neste ou noutros países, cujos defeitos se transformaram (aos olhos do leitorado) em feitio. O populismo não é coisa de agora. O texto, hilariante, é de 1879. Escreve o criador de Tom Sawyer e Huckleberry Finn: "O boato de que eu teria enterrado uma tia debaixo da minha videira é autêntico. A vinha precisava de adubo, a tia precisava de ser enterrada, e eu consagrei-a a este nobre propósito. Tornar-me-á isso indigno da presidência?" - pergunta Mark Twain. Boa pergunta!
Acho uma certa graça à insistência na idade de Biden. Tem 77 anos, é certo. Não vai para novo. Mas, Trump tem 74. Portanto, se quiserem focar a discussão na questão da idade, direi que os Estados Unidos lançam para a disputa presidencial, em tempo de pandemia, dois candidatos no grupo de risco. Mas um representa mais riscos do que o outro. E não é, necessariamente, o mais velho.
Já era tempo do CDS voltar a ter um líder com dois apelidos. É uma condição importante, para um partido que se quer afirmar à direita. Estou, até, convencido que os problemas recentes do CDS não têm origem na ideologia, mas sim na antroponímia. [Foto: Paulo Novais - Lusa]
Eleições no PSD. Curioso: num partido balcanizado, um dos candidatos é Montenegro.