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Quebra-Cotas

por Miguel Bastos, em 08.02.24

- Ó pai, o "Quebra-Nozes" é um bocado música clássica para crianças. Não é?
- É.
- Então, esta música é um bocado Tchaikovsky para jovens. Não é?
- Para jovens como tu ou como eu?
- Como eu, pai.
- Ai sim?
- Sim, tu já és um jovem um bocado cota.

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Fotografias na escola

por Miguel Bastos, em 06.12.23

- Sabes, pai, hoje foi dia de tirar fotografias na escola.
- Ai sim?
- Sim, ficaram espetaculares.
- Mas, já as viste?
- Não, pai.
- Então, como é que sabes que ficaram espetaculares?
- Com uma carinha destas, como é que achas que ficaram?!

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Sapatilhas

por Miguel Bastos, em 04.09.23

- Ó pai, gostas das sapatilhas que te oferecemos?
- Gosto, são muito confortáveis.
- Calculei, são para pessoas como tu.
- Como eu... ?
- Sim, pai. Não sabias que essa marca é para senhores velhinhos?

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Queres arriscar?

por Miguel Bastos, em 25.07.23

20230725_072930 (1).jpg

(Escreve, Miguel, para aqueles dias em que tens dúvidas se estás a dar uma boa educação aos miúdos)
- O que é que estamos a ouvir, pai?
- Então, já ouvimos este disco tantas vezes.
- Eu sei, mas não me estou a lembrar. Eu conheço esta voz.
- Queres arriscar?
- Ainda não. Agora, é uma cantora...
- Chama-se Régine. E tem um convidado especial.
- É o Peter Gabriel.
- Como é que sabes, filho? Quase que nem se nota!
- Nem se nota? Oh, pai, esta voz é inconfundível!

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Alojamento local

por Miguel Bastos, em 20.06.23
- Mexe-te, filho!

- Já vou, pai!

- "Já vou". Estás a ficar atrasado!

- Ó pai, nunca pensaste em pôr-me no Alojamento Local?

- Não percebi.

- Então, é uma forma de valorizar os imóveis!

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Não sejas criança

por Miguel Bastos, em 01.06.23

miguel.jpg 

As crianças não têm boa fama. Hoje, é o dia delas e, portanto, vamos ouvir coisas como: " Descobrir a criança que há em mim", "As crianças são o melhor do mundo" e "As crianças são o dia de amanhã". Mas, amanhã, vamos ouvir coisas como: "Não sejas criança", "Estás a ser infantil", "Não vamos infantilizar". Houve um tempo, em que as crianças não existiam. Eram, apenas, adultos incompletos. Depois, passaram a existir. Rapidamente, no entanto, foram substituídas por uma nova espécie: os jovens. Os jovens, sim, são "fixes": têm beleza e força física, inteligência e ousadia, coragem e frescura. Convenhamos, quando dizemos que somos muito jovens ou que a avó está muito jovem - assim, sem adjetivos nem conservantes - estamos a tecer elogios. Mas, quando dizemos que a avó está a ser uma criança, não soa a elogio. Pois não?! O culto da juventude arrasou a ideia de crescimento e desenvolvimento, ao longo da vida. As crianças querem crescer muito depressa, para serem jovens. Chegados à juventude (e é tão depressa) querem-se manter lá, a vida toda. Percebo as crianças. Quem nunca quis ser grande? Já os adultos... Bem, acho que os adultos, com esta mania de serem "bué" de jovens, a vida toda... Os adultos, dizia, estão a ser muito... muito (à falta de melhor termo)... muito infantis.

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Injustiça

por Miguel Bastos, em 01.05.23

1 maio.jpg

- Acho injusto haver o Dia do Trabalhador e não haver um dia do estudante.
- Mas existe o Dia do Estudante.
- A sério, pai?!
- Sim.
- E é feriado?
- Acho que não.
- Lá está, a injustiça.
- Porquê?
- Porque quando é Dia do Trabalhador, os trabalhadores não trabalham; mas quando é Dia do Estudante, os estudantes têm de estudar.
- Se calhar, tens razão. Deviam lutar para que o Dia do Estudante fosse feriado.
- Achas, pai?
- Sim, mas perdiam o feriado do Dia do Trabalhador.

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Coração

por Miguel Bastos, em 17.04.23
- E depois, pai, os meninos começaram todos a falar e a fazer barulho...

- Pois, filho, e a professora claro que se zangou.

- E disse que a culpa era minha!

- E não era?

- Não, pai, eu estava caladinho.

- Devias-lhe ter dito, filho.

- E disse, pai, mas professora respondeu "é, é"!

- E, então, o teu coração ficou triste.

- Não, pai, ficou azul e branco. Como sempre!

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Revisão

por Miguel Bastos, em 05.04.23

saka.jpg 

- Estás a trabalhar, pai?
- Não, estou de folga.
- Como estás no computador...
- Estou só a ver uns e-mails.
- E estes discos, pai?
- É revisão da matéria dada.

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Os Cinco

por Miguel Bastos, em 28.03.23

- Vamos brincar aos "Cinco"?
- Boa ideia.
- Eu sou o Zé.
- E eu?
- Tu podes ser o Júlio.
O meu irmão tinha lido o seu primeiro livro de "Os cinco". Eu ainda não, porque era analfabeto. Portanto, comecei pela prática. Brincávamos aos "Cinco", a partir da história que o meu irmão tinha lido e dos títulos que repousavam na estante. Uma das razões que me levavam a querer ler, o mais depressa possível, era conseguir mergulhar num mundo habitado de contrabandistas, casas abandonadas ou paisagens misteriosas. Depois, descobrimos coisas boas, como os lanches e as lanternas, e coisas más, como os colégios internos. Porém, antes de eu chegar aos livros, a série chegou à televisão.
- Leste bem o livro?
- Porquê?
- Acho que o "Zé" é uma rapariga.
- Então, passo a ser o Júlio.
- Não, não. Eu já era o Júlio.
- Mas deixas de ser, porque eu sou o mais velho.
Tantos sentimentos contraditórios, dentro de mim: o fascínio pelas história de "Os Cinco"; a injustiça de ser o mais novo; o desejo de vingança.
- Então, já não queres ser o "Zé"?
Ou
- Sabem, o meu irmão pensava que a Zé era um rapaz.
Para além da aventura e da leitura, "Os Cinco" foram, também, uma primeira introdução às questões de género.

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