Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Deus não dorme. O homem sim. E ao domingo - dia que o homem dedica a Deus - o homem dorme um pouco mais. E, depois, chega tarde à casa do Senhor. E, como não quer fazer esperar quem não dorme, o homem deixa o carro onde calha: em cima do passeio, da passadeira, na rotunda, na paragem do autocarro, no lugar para pessoas com deficiência.
"Como se chama o jornal oficial do Estado onde são publicadas as normas legislativas do pais?" Foi pergunta do sabichão, esta manhã, na Antena 1.
"Não sei", responde o mais novo.
"É o diário..." , diz a ajuda de casa.
"...de um Banana", reponde o mais novo, a sorrir.
E é isto, malta do Zig-Zag...
Durante as férias, temos mais tempo para conversar. Com a nora do Senhor Rodrigues, por exemplo. A conversa passou por Londres, onde a senhora viveu. Foi emigrante.
Alguém falou do ambiente cosmopolita de Londres: diferentes etnias, religiões, cores de pele, orientação sexual, línguas, sotaques. O postal turístico de uma grande cidade europeia. Mas, rapidamente, a coisa evoluiu para os que não se querem integrar, que não trabalham, que vivem da segurança social, que se reproduzem como coelhos, etc. Numa altura em que o Eurotúnel está entupido e Calais rodeado de arame farpado, eis o emigrante, com um discurso racista.
Infelizmente, não surpreende. Há uns anos vi emigrantes portugueses em França, numa manifestação de apoio à Frente Nacional. “Então mas os senhores apoiam um partido que é contra os emigrares?”, perguntava um repórter da RTP. “O Le Pen gosta dos portugueses. Ele não gosta é dos ‘magrebes’, que vêm para cá e não querem trabalhar”. Pois, é sempre assim. São sempre os outros.
Será que a imagem de uma criança morta a dar à costa, na Turquia, muda alguma coisa?