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Morreu o agente da PSP que foi agredido, à porta de uma discoteca, em Lisboa. Para contextualizar: este fim de semana, houve confrontos violentos à porta de uma discoteca. Quatro polícias tentaram a acalmar a situação, mas, apesar de se terem identificados como polícias, acabaram, também, por ser agredidos e levados para o hospital. De seguida, soubemos que há dois fuzileiros suspeitos de fazerem parte do grupo de agressores. Poderemos ter um caso, grave, de militares (altamente especializados) a agredir polícias. O que levanta inúmeras questões. Entretanto, um dos polícias acabou por morrer. Se fosse um polícia a agredir um cidadão comum, ou se fosse um cidadão comum a agredir um polícia, era relativamente fácil antever a reação de certos partidos políticos ou organizações. Assim, é mais difícil. O que me leva à convicção de que é mais fácil defender barricadas e trincheiras do que pessoas, seres humanos, cidadãos. E, sim, também estou a pensar na Ucrânia.
E aquelas pessoas que saem da via rápida e fingem que vão meter gasolina, só para passarem à frente dos outros na fila? Não são todas, claro, só algumas. Muitas nem se dão ao trabalho de disfarçar.
Desempregados do meu país: não se iludam. Amanhã, quando forem ao centro de emprego, têm mesmo que estacionar nos locais assinalados e pagar o parquímetro. Aquilo de galgar ciclovias e estacionar em cima dos passeios, só é possível em situações muito excecionais, como, por exemplo, eventos partidários. Nesse caso, pode-se estacionar à vontade e dizer que é em nome do interesse nacional.
Há vários carros elétricos estacionados em cima do passeio. Uma campanha publicitária de uma marca japonesa, decerto autorizada pelo poder público. Por mais elétricos que sejam, estacionar carros, em cima do passeio, não dá bom ambiente. Pelo contrário, dá mau.
Falou-se muito dos elevados níveis de abstenção nas Europeias. Não aceito o argumento de que a culpa é (só) dos políticos. Claro que têm culpa. Uma culpa que é proporcional às suas responsabilidades. E, sim, muitas vezes não estão à altura das responsabilidades. Só que nós, os cidadãos que prescindem da cidadania, também não. Somos os que não vão à reunião de condomínio, porque é chato. E, depois, queremos ter aceso à ata, criticar a discussão, contestar as decisões. Além disso, temos os pagamentos atrasados. Mas a culpa não é nossa, o condomínio é que não responde às nossas necessidades.
A abstenção aumentou (uma vez mais) em Portugal. E aumentou, precisamente, numa altura em que os níveis de abstenção baixaram na Europa. Li várias explicações. Tenho uma, entre várias. Os níveis de abtenção baixaram na Europa, por causa do avanço da extrema direita. Como esse problema (ainda) não se coloca em Portugal, não votamos. Porque não é preciso. Tal como não é preciso ir às reuniões de condomínio. Pelo menos, enquanto não chover cá em casa.
É claro que, no futuro, corrermos o risco de batermos à porta do condomínio com a casa já inundada, ou em chamas. Podemos, até, já não ter casa. Eu sei que é chato, mas evitar as reuniões no hall de entrada, não é uma boa saída. Para ninguém.
Deus não dorme. O homem sim. E ao domingo - dia que o homem dedica a Deus - o homem dorme um pouco mais. E, depois, chega tarde à casa do Senhor. E, como não quer fazer esperar quem não dorme, o homem deixa o carro onde calha: em cima do passeio, da passadeira, na rotunda, na paragem do autocarro, no lugar para pessoas com deficiência.