Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
"Olhos azuis, cabelo castanho, Jane B., inglesa, sexo feminino, idade entre os 20 e os 21". Jane Birkin cantou-se, assim: escrita/descrita por Gainsbourg, deitada sobre um prelúdio de Chopin.
Serge Gainsbourg teria a palavra certa, na medida certa, para falar da morte de Jane. Mas, Serge morreu. Há muito. A exposição "Le mot exact" sobrevive no Centro Pompidou, na cidade que já foi dos dois.
Canção, aqui: https://www.youtube.com/watch?v=nNimEUTmQy8
Brejnev morreu em 1982, depois de ter governado a União Soviética durante 18 anos. Há muito, que estava velho e cansado. O sucessor foi Andropov. Mas, este, estava velho e doente. Morreu, dois anos depois. Seguiu-se Chernenko. Morreu, passado um ano. Parece uma história, fantasiada por García Márquez; mas é a História, sintetizada por Odd Arne Westad (A Guerra Fria, 2017). Escreve o historiador: "Um amigo meu que vivia em Moscovo na altura contou que o filho de seis anos se habituou de tal maneira a ouvir a marcha fúnebre de Chopin na televisão que julgou ser o hino nacional soviético". Chopin não era soviético. Morreu novo.