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Desde que Jair Bolsonaro me disse para encarar a pandemia como um homem, que ando a lavar as mãos com este sabonete. A fábrica de sabonetes diz que é para homem e eu acredito. Agora, por favor, não reparem que o sabonete combina com a pastilha da casa de banho, senão lá se vai esta minha afirmação pública de testosterona.
Mário Frias é o novo secretário da Cultura do Brasil. O actor entrou na telenovela Malhação. Não conheço. Eu sei que Bolsonaro é um presidente todo moderno e progressista, mas não dava para convidar alguém de uma novela mais antiga? Um coronel da Gabriela ou coisa assim...
A demissão do ministro da Justiça do Brasil lembrou-me o nome do velho filme de Billy Wilder que imortalizou Marylin Monroe. "O pecado mora ao lado" é uma comédia romântica, que aborda o tema da infidelidade. "O pecado Moro ao lado" tem uma temática parecida, mas não tem graça nenhuma. [Foto: Ueslei Marcelino, Reuters]
"Pensem como demorou tempo e foi custoso pôr de pé uma democracia e como é fácil destruí-la", disse o Presidente da República de Portugal, no dia da tomada de posse do Presidente do Brasil.
Há, por aí, um certo jornalismo que anda desassossegado. Diz este jornalismo, que o restante jornalismo e os seus comentadores só vêem para um lado. Não há, dizem os desassossegados, quem defenda líderes como Trump, Le Pen, Orbán ou Bolsonaro. Queixam-se do "mainstream", do politicamente correto, do esquerdismo dos media. Estes defensores do pluralismo consideram que para se discutir questões étnicas, tem de se arranjar um racista; para discutir questões de género, tem de haver um marialva; para discutir democracia, tem de haver um fascista. Esquecem, ou fingem esquecer, que os fascistas são contra a tolerância e o pluralismo que alegam defender.
Enquanto isso, um presidente insulta e manda retirar as credenciais a um jornalista. Não devíamos estranhar. Acabámos de ver um presidente ser eleito nas redes sociais, contra os media. E, em Portugal, políticos desassossegados chamam os jornalistas para uma declaração "sem direito a perguntas". Onde é que está, afinal, a falta de contraditório? Onde deve estar, afinal, o desassossego?