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- Arranjaste o portão, mãe?
- Sim.
- Uau, devias deixar de ser cientista e passar a ser carpinteira!
- Ah, ah!
- A-ha? Pensei que gostasses mais dos Bee Gees!
Lembrei-me desta, por causa do dia dos gatos.
- Este gajo não canta nada.
- Não sejas bruto, canta muito bem.
- Achas? Parece um gato assanhado!
- Aquilo é uma técnica.
- Uma técnica, para cantar assim? Não me lixes!
- Sim, muitos cantores usam esta técnica.
- E os gatos também, para chamar as gatas.
Eu ouvi tudo, mas não disse nada. Como gosto de gatos, fiquei caladinho.
Que nem um rato.
Os Bee Gees já eram estrelas pop, há vários anos. Mas a coisa só começou a piar fininho (muito fininho), a partir de 1975. Foi, nessa altura, que o falsete de Barry Gibb se revelou. A verdade é que os irmãos Gibb adoravam as grandes vozes da "soul music". Em 1967, chegaram, mesmo, a escrever"To Love Somebody" para Otis Redding, mas o cantor morreu nesse ano. Em1972, outra glória da música negra, Al Green, pegou numa canção (já conhecida) dos Bee Gees e deu-lhe o toque "soul" que a canção pedia. Três anos depois, os Gibb perderam a vergonha e - apesar de serem cantores brancos, ingleses e devotos dos Beatles - decidiram abordar a música negra e emular os seus cantores. Alguns milhares não gostaram, alguns milhões renderam-se. Oficialmente, a mudança deu-se a canção "Jive Talkin'" e o álbum "Main course", mas eu acho que começou aqui. Ora ouçam:
Lá, do alto da sua torre de isolamento profilático no "countryside", o primeiro-ministro britânico dirigiu-se aos súbditos de sua majestade: primeiro, pediu-lhes juízo; depois, mandou abrir as discotecas.
Lembrei-me, agora, que os cabeleireiros vão fechar. Se calhar, devia ter pensado nisso mais cedo.
Kenny Rogers morreu hoje, com mais de 80 anos, e eu voltei aos anos 80. Fui para o youtube ouvir "Lucille" e "Coward of the County", mas, sobretudo, os duetos com a Dottie West, a Sheena Easton e a Dolly Parton. Deu-me, ainda, vontade de ir ao Pagapouco e a uma reunião da Tupperware. Mas não fui. E não foi por causa do Coronavírus. É porque, daqui a pouco, vou ver as patifarias do JR no Dallas.