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A empresa devia 282 milhões ao banco. Mas, como não tinha dinheiro, disse que só pagava 20%. E o banco disse que sim. Não é segredo é Público. O banco diz que é comercial, mas não fez grande negócio. A empresa chamava-se Ongoing, mas não foi a lado nenhum. Tudo isto, no país do "deixa andar".
Armando Vara foi detido no âmbito da Operação Marquês. Estranhei a minha reacção. Não foi: “O quê, como é possível?!” Foi mais: “Outra vez, metido em encrencas?!”
Armando Vara pertenceu aos governos de António Guterres, chegando a ministro adjunto. Saiu, por causa de problemas com uma fundação que criou. Terá sido uma exigência do então Presidente da República, Jorge Sampaio. Mas tarde, foi administrador da Caixa Geral de Depósitos. Até essa altura, a sua experiência na banca resumia-se a ter sido caixa deste banco, em Vinhais. A sua detenção estará ligada com a sua passagem pela administração da Caixa e por essa mistura tão recorrente entre política e negócios. Vara já tinha sido condenado, pela CMVM, a pagar uma multa pesada por negligencia em vários negócios da Caixa.
Depois, Armando Vara passou para a administração do BCP. Na altura, houve muitas críticas. Sócrates defendeu-o dizendo que as pessoas são invejosas. Eu confesso: tenho um bocadinho de inveja dos ordenados dos administradores de bancos. Mais tarde, Vara foi condenado a cinco anos de prisão efetiva, no âmbito do processo Face Oculta. Desta parte, já tenho menos inveja.
E agora, a detenção numa operação ligada a José Sócrates. A vida de Armando tem sido um salto à Vara. Subiu alto, muito alto. A queda tem sido em câmara lenta.