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Não gosto de falar do que não sei. Por isso, fui consultar a palavra "rendeiro". Hum. A entrada anterior, "rendedouro", também explica alguma coisa. A seguir, vou ver "contumácia". [Grande Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora, 2004, p. 1330]
A empresa devia 282 milhões ao banco. Mas, como não tinha dinheiro, disse que só pagava 20%. E o banco disse que sim. Não é segredo é Público. O banco diz que é comercial, mas não fez grande negócio. A empresa chamava-se Ongoing, mas não foi a lado nenhum. Tudo isto, no país do "deixa andar".
“Nunca tinha visto tantos jornalistas interessados em arte contemporânea”, brincou António Costa. Nessa altura, o primeiro ministro inaugurava um museu, de Siza Vieira, sob um manto ruidoso de vaias, assobios, palavras de ordem, bombos e apitos. Foi a primeira grande manifestação do movimento dos colégios privados. Protestava-se contra a decisão do governo de rever os contratos de associação.
Na sexta feira, António Costa voltou a inaugurar uma exposição, num espaço de arte contemporânea, com o dedo de Siza. Mas o cenário era muito diferente. Costa estava com Marcelo, Mariano Rajoy, o presidente da Câmara do Porto e o ministro da Cultura. Foi uma festa, cuidadosamente planeada, com Rui Moreira a anunciar que as obras de Miró ficavam no Porto. O ambiente era de regozijo. O fim de semana trouxe uma enchente a Serralves, com filas de espera para ver a famosa colecção que o governo decidiu que ficava em Portugal. Já agora, a colecção era de um banco que faliu e deu cabo das contas do Estado. O cartoonista Luís Afonso já brincou com o assunto, no Público: ainda vamos ficar gratos ao BPN. Parece que já estamos...
Gostava de falar do caso dos documentos do Panamá. É um problema dos ricos, que são tão ricos, que não sabem o que fazer com o dinheiro. Não sabem onde o gastar. Nem como o gastar. É um problema grave que, a maioria de nós (felizmente!), não vai ter que enfrentar.
No dia a seguir ao escândalo ter rebentado, Rui Tavares perguntava no Público: “O que é que têm em comum Vladimir Putin e Petro Poroshenko?” e a resposta era “guardam o dinheiro no mesmo sítio”. Que é como quem diz, são adversários, mas não são parvos. São inimigos, mas não são parvos. São ricos, mas não são parvos.
Dinheiro é dinheiro. Pode ser ganho de forma legal ou ilegal; de forma legítima ou ilegítima; à custa de si próprio ou à custa dos outros; cometendo crimes ou sem cometer crimes; ou, mesmo, para cometer crimes. Podem ser democratas ou ditadores; de esquerda ou de direita; artistas ou estrelas do deporto; empresas ou empresários; polícias ou ladrões. É indiferente. O dinheiro, quando é muito, quando é mesmo muito, acaba no mesmo sítio.