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Um banqueiro foge para o estrangeiro. A seguir, manda avisar que só regressa se tiver um indulto presidencial. O presidente responde que o prazo, para fazer o pedido, já passou. É como na charcutaria. Geralmente, são 3 números.
Não gosto de falar do que não sei. Por isso, fui consultar a palavra "rendeiro". Hum. A entrada anterior, "rendedouro", também explica alguma coisa. A seguir, vou ver "contumácia". [Grande Dicionário da Língua Portuguesa, Porto Editora, 2004, p. 1330]
O PCP chumbou o banco de terras. Muita gente ficou surpreendida. Não sei porquê. O PCP a votar contra um banco não é, propriamente, uma novidade.
Ontem lanchei fora. Pão com queijo e meia de leite escura. Sobrou-me um euro. Gastei-o num pastel de nata. Mal pensado. Se o tivesse guardado, tinha comprado um banco.
https://www.rtp.pt/noticias/economia/santander-anuncia-compra-do-banco-popular_n1006555
A empresa devia 282 milhões ao banco. Mas, como não tinha dinheiro, disse que só pagava 20%. E o banco disse que sim. Não é segredo é Público. O banco diz que é comercial, mas não fez grande negócio. A empresa chamava-se Ongoing, mas não foi a lado nenhum. Tudo isto, no país do "deixa andar".
“Nunca tinha visto tantos jornalistas interessados em arte contemporânea”, brincou António Costa. Nessa altura, o primeiro ministro inaugurava um museu, de Siza Vieira, sob um manto ruidoso de vaias, assobios, palavras de ordem, bombos e apitos. Foi a primeira grande manifestação do movimento dos colégios privados. Protestava-se contra a decisão do governo de rever os contratos de associação.
Na sexta feira, António Costa voltou a inaugurar uma exposição, num espaço de arte contemporânea, com o dedo de Siza. Mas o cenário era muito diferente. Costa estava com Marcelo, Mariano Rajoy, o presidente da Câmara do Porto e o ministro da Cultura. Foi uma festa, cuidadosamente planeada, com Rui Moreira a anunciar que as obras de Miró ficavam no Porto. O ambiente era de regozijo. O fim de semana trouxe uma enchente a Serralves, com filas de espera para ver a famosa colecção que o governo decidiu que ficava em Portugal. Já agora, a colecção era de um banco que faliu e deu cabo das contas do Estado. O cartoonista Luís Afonso já brincou com o assunto, no Público: ainda vamos ficar gratos ao BPN. Parece que já estamos...
Gostava de falar do caso dos documentos do Panamá. É um problema dos ricos, que são tão ricos, que não sabem o que fazer com o dinheiro. Não sabem onde o gastar. Nem como o gastar. É um problema grave que, a maioria de nós (felizmente!), não vai ter que enfrentar.
No dia a seguir ao escândalo ter rebentado, Rui Tavares perguntava no Público: “O que é que têm em comum Vladimir Putin e Petro Poroshenko?” e a resposta era “guardam o dinheiro no mesmo sítio”. Que é como quem diz, são adversários, mas não são parvos. São inimigos, mas não são parvos. São ricos, mas não são parvos.
Dinheiro é dinheiro. Pode ser ganho de forma legal ou ilegal; de forma legítima ou ilegítima; à custa de si próprio ou à custa dos outros; cometendo crimes ou sem cometer crimes; ou, mesmo, para cometer crimes. Podem ser democratas ou ditadores; de esquerda ou de direita; artistas ou estrelas do deporto; empresas ou empresários; polícias ou ladrões. É indiferente. O dinheiro, quando é muito, quando é mesmo muito, acaba no mesmo sítio.
Armando Vara foi detido no âmbito da Operação Marquês. Estranhei a minha reacção. Não foi: “O quê, como é possível?!” Foi mais: “Outra vez, metido em encrencas?!”
Armando Vara pertenceu aos governos de António Guterres, chegando a ministro adjunto. Saiu, por causa de problemas com uma fundação que criou. Terá sido uma exigência do então Presidente da República, Jorge Sampaio. Mas tarde, foi administrador da Caixa Geral de Depósitos. Até essa altura, a sua experiência na banca resumia-se a ter sido caixa deste banco, em Vinhais. A sua detenção estará ligada com a sua passagem pela administração da Caixa e por essa mistura tão recorrente entre política e negócios. Vara já tinha sido condenado, pela CMVM, a pagar uma multa pesada por negligencia em vários negócios da Caixa.
Depois, Armando Vara passou para a administração do BCP. Na altura, houve muitas críticas. Sócrates defendeu-o dizendo que as pessoas são invejosas. Eu confesso: tenho um bocadinho de inveja dos ordenados dos administradores de bancos. Mais tarde, Vara foi condenado a cinco anos de prisão efetiva, no âmbito do processo Face Oculta. Desta parte, já tenho menos inveja.
E agora, a detenção numa operação ligada a José Sócrates. A vida de Armando tem sido um salto à Vara. Subiu alto, muito alto. A queda tem sido em câmara lenta.
Paulo Portas disse que “Não se muda o vendedor do Novo Banco a meio da venda”. Carlos Costa é, portanto, “o vendedor de bancos”. Parece o título de um filme, como o “O ladrão de bicicletas” ou “O encantador de cavalos”. Mas também me lembra o encantador de serpentes e o vendedor de banha da cobra.
Quando Portas falou no vendedor, arqueei as sobrancelhas de espanto. Não tenho as sobrancelhas do Daniel Oliveira. Mas, se as tivesse fotografado, naquela altura, davam uma boa capa de livro.
Para que serve o Banco de Portugal? Fui ver ao site. Para:
Não fala de vender bancos. Será que se esqueceram?
E também fala de supervisão. Uma área em que Portas acha que o Banco de Portugal... falhou. Mas isso não importa. Porque, afinal o que importa é vender o banco. Novo. Ou usado. Tanto faz.