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Um dia destes, farei um texto espetacular sobre a dignidade no trabalho. Será uma coisa como deve ser: bem pensada, bem escrita, com citações eruditas e notas de rodapé. Infelizmente, agora não tenho tempo. Tenho que pôr estas almofadas na cama, coitadas!
- Olá, Vítor, estou a chegar!
- Ótimo, eu também estou a chegar.
- Calculei. Tenho ideia que acabei de o ver.
- A sério?
- Sim, ali na esquina do mercado.
- Vinha a comer uma banana?
- Acho que sim.
- Então, era eu.
Que bela forma de começar o encontro com o coreógrafo Vítor Roriz, que veio para o Festival. Serpenteámos as ruas da pequena localidade de Pujaut, até encontrar a correta. Subimos a pé, até ao local onde iria apresentar a sua performance, sob o som, ensurdecedor, das cigarras e o sol, inclemente, de Avignon. Ao todo, a atividade demora 7 horas, com pausa para o almoço. Mas eu tenho, apenas, um minuto e meio para contar a história, sem pausa para jantar.
Era meia-noite e meia, em Avignon, quando a encenadora francesa Julie Deliquet atravessou o palco do Cour d’ Honneur, do Palácio dos Papas, de braço dado com o realizador norte-americano Frederick Wiseman, de 93 anos.
Ao final da manhã, a dupla já estava sentada, no Pátio dos Claustros de São Luís para um Café das Ideias, um espaço de debate e convívio do Festival.
Para aqui chegar precisei de 3 cafés. Estou um trapo. O senhor de 93 anos (pelo contrário) parece impecável. Confirma-se: os 90 são os novos 50. E vice-versa.
Não será coincidência. No dia em que "O cerejal" é apresentado em Avignon, Tiago Rodrigues é confirmado como o novo diretor do Festival. Um cerejal no topo do bolo.
https://www.rtp.pt/noticias/cultura/tiago-rodrigues-e-o-novo-diretor-do-festival-davignon_n1333070