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A vida de Egas Moniz dava um filme? Dava. E deu: um filme, um livro, um Nobel, e, até, uma opereta que ele próprio escreveu. Chamou-lhe "A Nossa Aldeia".
Para ouvir, aqui:
https://www.rtp.pt/noticias/cultura/estreia-se-nova-versao-de-a-nossa-aldeia_a1618257
- E viste a Nessie?
- Onde? Na Barrinha de Esmoriz?!
Bom dia, para todos. Todos, todos. Mesmo para aqueles que dizem "Nánadia".
A dada altura, os discos de vinil começaram a rarear. O CD é que era. Era moderno, era "cool" e era caro. O vinil já era. Aproveitei para comprar alguns discos adiados, que, agora, estavam abandonados nas prateleiras. Aproveitei para experimentar outros géneros musicais adiados, como o jazz. Mas, por onde começar? Comprei este disco, sem ouvir. Algo que não costumava fazer. Mas, a papelaria não tinha gira-discos. Não conhecia Ahmad Jamal, mas já conhecia Gary Burton. E conhecia a "Manhã de carnaval", de Luiz Bonfá, que abre o disco. E já sabia que o amor entre o jazz e a música brasileira dava bons filhos. Levei a dupla para casa. A papelaria já faleceu, há uns anos. Ahmad Jamal morreu, há dois dias.
José Duarte tem uma janela linda, de Siza Vieira, virada para a Ria. Hoje, fui revê-la e conversar com a professora Susana Sardo sobre o espólio que José Duarte doou à Universidade de Aveiro, há cerca 20 anos. Por essa altura, conversei com ele. Comecei por citar as suas palavras: "Jazzé, quem é? Jazzé é de como Jozé vivia o jazz." Pedi-lhe para assistir a uma das suas aulas. "É para viver o jazz?", perguntei. "Talvez sim". E falámos de jazz e de outras músicas e de rádio e de livros. "Ouve muito jazz?", perguntou-me. "Não", respondi, "mas tento muito". "Não desista." José Duarte morreu, aos 84 anos, depois de seis décadas ao serviço do jazz. A conversa, com Susana Sardo, está aqui.
https://www.rtp.pt/play/p1467/e682144/entrevista-tarde-antena-1