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A música orquestral deve ser interpretada, em palco, por pessoas de meia idade, para uma plateia de gente culta, em países envelhecidos e ricos. Dificilmente, rapazes e raparigas jovens terão lugar numa orquestra como deve ser. Sobretudo, se forem pobres e latinos. Essa gente veste fato de treino, e é boa para bater palmas e tocar batuques, mas não para tocar numa orquestra. Por favor, não vejam isto até ao fim. Ainda vos dá vontade de dançar e, depois, lá fica o "comsommé" entornado.
Gosto de olhar para as mãos da Alondra de la Parra. Volta e meia, a maestrina pousa a batuta e deixa que as suas mãos dancem livremente. E, depois, as mãos fazem dançar o resto do corpo. Ombros, braços, anca. Boca, olhos, sobrancelhas. Alguns maestros usam a batuta como fosse uma arma, um instrumento de domínio, uma espada afiada. Alondra parece que, apenas, pede aos músicos que a levem a dançar. Pode ser Prokofiev ou Beethoven. Mas é claro que dança melhor com a música do México. Do seu México. Vejam aqui como ela dança Arturo Márquez, com a Orquestra de Paris.