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Recontar uma história

por Miguel Bastos, em 14.10.24

a volta do largo.jpg

Antigamente, vivia-se o tempo a contar histórias. Geralmente, eram contadas pelos mais velhos - mais sábios e mais experientes - à volta da lareira, "À Volta do Largo". Muitas vezes, as histórias também eram velhas. Quando eram novos, os mais velhos tinham-nas ouvido de outros velhos. Também, eles, tinham sido novos e assim sucessivamente. Muitas vezes, ao ouvir, de novo, uma história alguém dizia: "Essa já é velha". Normalmente, quem o dizia, também já não ia para novo.
 
Se as histórias não eram novas é porque já tinham sido contadas. E, assim sendo, o contador de histórias devia ser chamado de "recontador". Porque estava a contar uma história, que já lhe tinha sido contada. Porque, muitas vezes, ele próprio voltava a contar uma história que já tinha contado previamente. E ainda bem. Porque é preciso que certas histórias se mantenham vivas. Porque, muitas vezes, o "recontador" conta a história melhor do que a história que tinha ouvido. Porque ele próprio, vai melhorando a sua história à mediada que a vai (re)contando.
 
Na sexta-feira passada, contei uma história sobre uma companhia libanesa que devia ter aberto o Festival de Marionetas do Porto, mas que não o pôde fazer. Porque há uma guerra no Líbano. Uma guerra que chega até aqui. O velho da aldeia (aqui é em sentido figurado, que ele é do mais jovem que há), Nuno Amaral, ouviu a história e resolveu recontá-la "À volta do Largo". E eu sentei-me, a ouvir. Obrigado, meu velho!

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Casa-Museu Egas Moniz

por Miguel Bastos, em 07.10.24

casa museu egas moniz.jpg

No dia em que foi conhecido o vencedor do prémio Nobel da Medicina, visitamos a Casa-Museu Egas Moniz, em Avanca, no distrito de Aveiro.

O médico, investigador e neurocirurgião foi galardoado com o prémio Nobel, em 1949, pelo desenvolvimento da leucotomia pré-frontal - uma intervenção cirúrgica, ao cérebro, que foi utilizada no tratamento de distúrbios mentais. Mas esta casa reflete outras facetas de Egas Moniz, marcadas pelo gosto pelas artes e pela leitura.
 
Para ouvir aqui:
 

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Prémio Nobel: Egas Moniz

por Miguel Bastos, em 07.10.24

 EGAS MONIZ DIRETORA CASA.jpg

Em dia de anúncio do Nobel de Medicina, recuamos a 1949. Foi o ano em que o português Egas Moniz foi galardoado com este prémio.
O neurocirurgião português foi distinguido pelo desenvolvimento da leucotomia pré-frontal, uma intervenção cirúrgica ao cérebro, que foi utilizada no tratamento de distúrbios mentais.
Este ano celebram-se os 150 anos de Egas Moniz e os 75 anos da atribuição do Prémio Nobel da Medicina.
Para ouvir aqui:

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Beirute

por Miguel Bastos, em 04.10.24

É dos Trovante, chama-se "Beirute". Não foi um grande sucesso, mas é uma grande canção. A dada altura, o refrão diz assim:

É mais quente que o ar do deserto!
É mais escuro que um buraco aberto
Na memória de uma terra ainda morna,
Que já não torna
A ser Beirute...

Já agora, esta canção faz parte do mesmo disco que tem "Timor" - canção tornada hino e que fala de um pequeno país esmagado pelos grandes interesses.

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Uma experiência surrealista

por Miguel Bastos, em 03.10.24

dali piqueno.jpg



Uma exposição imersiva, dedicada ao artista Salvador Dalí. Ao todo, serão mais de 150 obras projetadas no Edifício da Alfândega. 

Para ouvir, aqui:

https://www.rtp.pt/noticias/cultura/salvador-dali-em-exposicao-imersiva-no-porto_a1604519

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Tainadas e literatura

por Miguel Bastos, em 02.10.24

adelia carvalho.jpg 

No sábado, vai haver uma tainada na aldeia de Melo. Põem-se umas mesas, cá fora na rua, e come-se e bebe-se com os escritores. Vai ser uma festa. Parece que os escritores gostam tanto da terra de Vergílio Ferreira, que começam a chegar hoje.

Para ouvir, aqui:

https://www.rtp.pt/noticias/cultura/festival-dedicado-ao-escritor-vergilio-ferreira_a1604065

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Lembrei-me de José Cid

por Miguel Bastos, em 01.10.24

corta cid.jpg 

Hoje é Dia da Música e eu lembrei-me de José Cid, na festa da aldeia da minha mãe, a cantar "Música, eu nasci prá música" - em cima do palco, frente a uma multidão. Eu também estava em cima do palco. Pensaram que eu era filho do artista e deixaram-me ficar: olhos abertos de encantamento, ouvidos pasmados com o "Zé da Anita", a "cabana junto à praia" e a canção do "dia em que o rei faz anos" - que era a que mais se adequava a esse dia de "arraial e foguetes no ar". Mas, "A minha música" - a tal do "música, eu nasci prá música" - era a minha preferida. E, ali, estava eu, a ouvi-la: em cima do palco, confundido com um filho de artista, num elegante fato azul "dégradé", camisa branca e laçarote. Uma criação do meu pai, alfaiate, feita para a criação lá de casa: eu e dois irmãos. Foi estreado para o casamento de uma prima e repetido em dias especiais, como a festa da terra da minha mãe, perto da terra de José Cid. Como eramos três, vestido de igual - de fato e de laço - começaram a chamara-nos Trio Odemira. Que disparate! Nós que até passávamos por filhos de Cid; nós, que não nos identificávamos com a música do Trio, nem usámos bigode. De resto, continuamos a não usar - nem mesmo a minha irmã, apesar de, entretanto, ter desenvolvido, uma estranha fixação por Frida Kahlo. Hoje, é Dia da Música. "A minha música" escolheu-me, pela manhã. E eu fique com vontade de vestir o fato azul, em "dégradé".

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Revolução

por Miguel Bastos, em 12.09.24

a revolução.jpg 

Não abundam, os livros sobre música portuguesa. Rareiam, os que são realmente bons. É o caso deste: "A Revolução antes da Revolução", de Luís de Freitas Branco. Gostei, de imediato, do título e do conceito revelado. Já sabíamos que o 25 de Abril tinha sido lançado por uma canção - "E depois do Adeus", de Paulo de Carvalho - e confirmado por outra - "Grândola, Vila Morena", de José Afonso. Mas o autor vai mais longe: antes da revolução, propriamente dita, Portugal já tinha um vasto cancioneiro para a revolução.
 
Esse cancioneiro agrupa compositores, letristas e intérpretes. Agrupa, sim, mas também os divide. E não é, apenas, a divisão entre os jovens do rock e os velhos da canção romântica, ou dos baladeiros a desprezar, com igual intensidade, o "nacional-cançonetismo" e o rock "americanado". A divisão existiu, entre aqueles que achamos serem as "vozes de Abril": com José Mário Branco a recusar produzir um disco de "lamechices" de Adriano Correia de Oliveira; com Adriano a questionar as canções banais dos baladeiros; com Carlos do Carmo a duvidar da qualidade de interpretação de José Mário Branco; com Fernando Tordo a perguntar se Sérgio Godinho saberá o que é uma orquestração. Como se esta divisão, antes da Revolução, antecipasse a divisão, depois da Revolução.
 
Luís de Freitas Branco escolheu o ano de 1971, como o ano mais representativo desta "Revolução antes da Revolução". Afinal, foi o ano de "Cantigas do Maio", de José Afonso; de "Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades", de José Mário Branco e de "Os Sobreviventes", de Sérgio Godinho. Uma colheita "vintage". Foi ano de Ary dos Santos, no Festival da Canção; de Miles Davis, no Festival de Jazz de Cascais; de Elton John, no Festival de Vilar de Mouros. Um ano, em livro, dividido em 12 meses e 12 capítulos. Com Luís de Freitas Branco a definir os andamentos desta espécie de sinfonia de música popular: diversa, policromática, minuciosa, revolucionária. Bravo!

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Piotr Ilitch + Leonard = Amor

por Miguel Bastos, em 22.07.24

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Piotr + Leonard = Amor

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