Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
- Por aqui tão cedo, Miguel?
- É. Esta manhã, edito a Antena 3.
- Não fizeste noticiários da Antena 2, este mês?
- Fiz e da Antena 1.
- Então, este mês fazes o pleno.
- Não, falta-me a RDP África e a RDP Internacional.
Tem 90 anos de idade; 65 de jornalismo; mais de 30 como cronista, no Jornal de Notícias. Oficialmente, Germano Silva reformou-se em 1996. Mas, sabemos que é, apenas, "oficialmente". Desde que se "reformou", editou mais de 20 livros. O mais recente chama-se"Porto: As Histórias que Faltavam". No prefácio, o jornalista Miguel Carvalho avisa: "E nós, se não arrepiarmos caminho para acompanhar a passada do Germano pelo Porto – e em nome do Porto –, é que ficaremos para trás." Hoje, depois da uma da tarde, na Antena 1, vou tentar acompanhar a passada do Germano. A questão não é se vou, ou não, ficar para trás. Mas antes, quanto tempo é que eu vou conseguir acompanhar o Germano antes de, inevitavelmente, ficar para trás.
Depois de dois anos de ausência, por causa da pandemia, o festival Verão da Casa regressa à Casa da Música. Até 17 de setembro, há vários tipos de música espalhados por vários palcos.
https://www.rtp.pt/noticias/cultura/comeca-o-verao-da-casa-da-musica_a1409245
A aproveitar o sol, para tratar da roupas dos indígenas, enquanto ouço bons programas de rádio. Claro que, se fosse um serviço público a sério, punham uns tipos a ajudar na lida da casa. Aposto que a BBC nos vem dobrar as meias. Mas, enfim, é o país que temos.
Timor-Leste a caminho dos 20 anos. A jornalista Rita Colaço a fazer (belíssimas) reportagens, na Antena 1. Esta manhã, entrevistou José Ramos-Horta que, amanhã, toma posse como presidente da República. Releio este parágrafo, sobre o golpe de Estado na Indonésia, que, em 1965, instalou Suharto no poder: "Ao todo, foram mortas pelo menos 500 mil pessoas (...) Numa zona do país, os rios ficaram tão repletos de cadáveres que a água deixou de correr." Não é de admirar que um governo, que nasceu com esta violência, não tenha tardado a impor essa mesma violência aos vizinhos mais próximos. 20 anos, Timor. Foi quase um milagre. É quase um milagre.
A entrevista pode ser ouvida aqui: https://www.rtp.pt/play/p517/e618147/espaco-das-10
O parágrafo pertence ao livro "A Guerra Fria", de Odd Arne Westad.
Nos tempos mais críticos da pandemia (que, convém lembrar, continua por aí) abusámos dos clichés: "eramos felizes e não sabíamos", "vai ficar tudo bem", "o novo normal", "vamos sair melhores da pandemia". O tempo limpa a memória e guardamos, invariavelmente, a parte melhor. Ouçamos "A mosca", que sintetiza o desejo de regressar à "vida normal" em, apenas, 30 segundos. Depois, como diria o escritor Mário de Carvalho, "Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto".
(para ouvir "A mosca" basta clicar na imagem)
Roubaram as sapatilhas a Fabrice. Caminhou seis horas, até à fronteira. Chegou à Polónia, descalço, com os pés inchados, com fome e sinais de hipotermia. Fábrice é congolês. Foi observado por Fernand, médico israelita. A história é contada por um português: Luís Peixoto, jornalista da Antena 1. A humanidade: no seu pior; e no seu melhor.
"Seis crianças, dois cães, oito adultos e um microfone". O repórter Nuno Amaral a enviar retratos, num "bunker" improvisado, na cidade de Rivne, a 300 km de Kiev: "um presépio pobre. Paupérrimo". Jornalismo.
[Um minuto e meio de rádio. Para ouvir aqui, https://www.rtp.pt/noticias/pais/abrigos-improvisados-sao-solucao-para-fugir-a-bombardeamentos-na-ucrania_a1388357 ou carregando na imagem]
Humorista, Ricardo Araújo Pereira gosta de fazer rir as pessoas, sem lhes tocar. O humor, defende, deve ter a capacidade de provocar uma reação física involuntária, usando, apenas, palavras. Na rádio, usamos muitas referências visuais. Dizemos "pintar uma reportagem", "tirar retratos", "fazer o filme", "levar ao local". A rádio cria imagens. É os olhos do ouvinte. A televisão também faz isso? Claro que sim, mas usa imagens. Que é como fazer rir, fazendo cócegas.