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Muito gira a versão mexicana do "Querido Mudei a Casa".
António mexia. Agora, não mexe.
Kristalina Georgieva pediu folga ao patrão para ir para a ONU. O patrão deu folga e, até, encorajou Kristalina… Angela Merkel apoia. Portugal espanta-se. Guterres já venceu cinco batalhas, mas arrisca-se a peder a guerra. Marcelo diz que Kristalina parece uma atleta que entra para a maratona, a 100 metros do fim. Mas lembra que Guterres é um "maratonista natural". Felizmente, Portugal tem tradição na maratona.
Mas anda batota no ar, lembrou-nos Freitas do Amaral - homem que percebe de ONU. Kristalina veio substituir a candidatura de Irina Bokova, a anterior búlgara de serviço, que perdeu todas as votações. Na segunda-feira, Kristalina vai ser ouvida na ONU. Não se sabe para que é que serviram as votações informais anteriores. Só se "votação informal" significar “votar, até vencer o que eu quero”.
Antigamente, havia a Cristalina. Uma laranjada honesta: xarope de açúcar, ácido citrico e sumo de fruta. Era uma refrefrigerante hidro-carbo-gaseificado… Não era sumo detox. Nós sabíamos isso. Era claro como a água. A candidatura de Georgieva não é Kristalina. É turva.
Ter um antigo e um actual Presidente da República Portuguesa a apoiar a candidatura de um antigo primeiro-ministro, a secretário-geral da ONU, é (sem ironias) uma coisa linda de se ver. O antigo Presidente (Jorge Sampaio) foi rival de António Guterres no PS. O atual (Marcelo Rebelo de Sousa) foi líder da oposição, quando Guterres foi primeiro ministro. E antigo e o atual Presidente foram adversários nas eleições à Câmara de Lisboa. Nem um, nem outro, hesitaram no apoio a Guterres. Os três conhecem-se há várias décadas. E unem esforços, em termos políticos e pessoais, a favor de Portugal.
Sampaio trouxe consigo o empenhamento na defesa dos refugiados sírios. Marcelo fez um bom discurso. Exagerou (quando evocou Gandhi e Mandela), mas esteve bem na evocação das qualidades do candidato e das qualidades do país. Somos um país pequeno, periféricos, etc. Mas isso, não é uma maldição. Pode, até, ser uma vantagem para este tipos de cargos. Termos jornalistas franceses que não sabem quem é Marcelo, não tem mal nenhum. Alguém, em Portugal, sabe o nome do chefe de Estado da Finlândia ou da Lituânia?
Se não servir para mais nada, a candidatura de Guterres a secretário-geral das Nações Unidas, servirá, ao menos, para mostrar que se pode melhorar a política portuguesa, a partir de dentro. E que se pode trabalhar em conjunto. Basta ter objectivos e desígnios comuns. Não faltam oportunidades.
Já temos, finalmente, uma explicação para o caso Barroso. O antigo presidente da Comissão Europeia perdeu o direito à passadeira vermelha. Paulo Rangel tem a explicação: a Comissão Europeia está a tentar prejudicar a candidatura de António Guterres para secretário-geral das Nações Unidas. Rangel (que foi braço direito de Rui Rio, candidato à liderança do PSD e é eurodeputado e vice-presidente do PPE) não encontra outra explicação para a forma como Durão Barroso está a ser tratado. É verdade, eles não querem saber de Durão Barroso. Nem querem saber da Goldman Sachs. Eles querem é prejudicar Guterres. Eles querem é prejudicar Portugal.
Eu iria mais longe. Depois de terem dado o Mundial 2018 à Rússia, em vez de Portugal, eles não querem a selecção portuguesa no Mundial. E eles sabem que nós somos favoritos. E ninguém me tira da cabeça que esta história foi tornada pública na véspera do Benfica - Besiktas (reparem no empate). Parece que gostam mais dos Turcos e de Erdogan, do que de nós e o nosso Guterres. E esta semana há Real Madrid - Sporting e Porto - Copenhaga. Estão a ver a ligação? Querem-nos atirar para fora da Europa e do mundo, é o que é. Durão é só um pretexto. E o mais incrível, é que Rangel é o único a ver isso.