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Não me tinha apercebido da importância da questão da maternidade na escolha da sucessora de David Cameron. A adversária de Theresa May resolveu dizer que seria melhor primeira-ministra, porque era mãe. Theresa respondeu que ela e o marido não puderam ter filhos e que não queria aprofundar o assunto. Disse, ainda, que não lhe parecia que isso afetasse (positiva ou negativamente) a sua capacidade de governar o Reino Unido. Fez bem. Andrea Leadsom achou que a maternidade lhe traria votos. Não trouxe, felizmente. Entretanto, Theresa, a magna, nomeou Andrea para o governo.
A esfera privada é sempre uma área sensível. Na política, ainda mais. A regra devia ser sempre a reserva. Mas, nem sempre foi assim. Bill Clinton, por exemplo, esteve à beira da destituição, por causa de um affair. Contrariamente ao que seria expectável, o povo americano achou que a sua vida sexual não afetava o seu desempenho enquanto presidente. Felizmente, "o mundo pula e avança". Em Portugal, podemos ter um Presidente da República sem primeira-dama. No Reino Unido, é possível ter uma primeira ministra sem filhos. Isso só pode ser bom sinal.