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Acompanhei, com interesse, a convenção das direitas. Tão plural, que deixou entrar pessoas de esquerda, como Rui Rio. O nome "MEL" também é bom. Fica no ouvido. Mas, parece pouco rigoroso. Que tal "Ninho de vespas"?
"O populismo faz parte da democracia?", perguntou o jornalista António Jorge, esta manhã, na Antena 1. "Faz", respondeu António Costa Pinto, "A maioria das democracias não são derrubadas por golpes de estado e revoluções. São derrubadas a partir de dentro". E deu os exemplos recentes dos regimes autoritários e populistas da Polónia, da Hungria e da Turquia. O historiador e politólogo não teve dúvidas: a invasão do Capitólio não foi uma ação folclórica de um grupo de radicais de extrema-direita, foi organizada a partir da presidência. E isso, justificará a falta de reação das forças de segurança. Afinal, Trump ainda é presidente e, como tal, responsável máximo das forças armadas. Trump, como todos os líderes populistas, gosta de lei e ordem: mas só quando lhe convém. Já agora, uma coincidência trágico-cómica: a invasão do Capitólio decorreu no mesmo dia em que Marcelo Rebelo de Sousa e André Ventura debatiam as diferenças entre a direita social e a direita securitária.
A dada altura, deixei de ver telenovelas. Mas lia os resumos, nos jornais. Assim, não perdia tempo, nem uma pitada da história, nem uma conversa com a vizinhança. Acho que se devia fazer o mesmo com os debates presidenciais. Com três debates numa noite, é impossível acompanhar todas as peripécias. Ontem, por exemplo, assisti aos debates entre Marcelo Rebelo de Sousa e João Ferreira e entre Marisa Matias e Ana Gomes, acabando, depois, por descobrir que o debate da noite tinha sido entre Vitorino Silva e André Ventura. Os debates deviam ser gravados, como as novelas. Assim, eu lia os resumos, nos jornais, e optava pela melhor trama. E as televisões podiam fazer boas promoções com imagens emotivas e canções de ir às lágrimas. Conseguem imaginar o impacto da promoção do debate entre Vitorino Silva e André Ventura ao som das "Pedras na calçada", de Paulo Gonzo?