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Donald Trump é presidente, mas age como um empresário ou como um chefe de família. Desta vez, cortou a mesada à Organização Mundial de Saúde. Saudinha, é o que lhe desejo. Desejo a todos. Mas, a alguns, com muita dificuldade.
Donald gosta de uma boa guerra. A nova guerra é com a velha Europa. Há quem o ache enferrujado. Mas, o Donald está "como o aço".
O novo filme de Spielberg, "The Post", passa-se na era Nixon. Mas, é inevitável vê-lo como uma reacção à era Trump. Não é, no entanto, um filme dos bons contra os maus. É melhor que isso. A história anda à volta de uma investigação, governamental, sobre o Vietname. Fica-se a saber que, afinal, a guerra do Vietname era uma história mal contada. Aliás, era uma história não contada. Porquê? Porque os presidentes anteriores (Kennedy e Johnson) eram do grupo dos bons. O grupo que os jornais gostavam. Com quem tinham cumplicidade. Eram farinha do mesmo saco. Um saco onde estava, desde logo, o Washington Post.
Os protagonistas são a dona do jornal (Meryl Streep) e o diretor (Tom Hanks). São eles que vão ter que colocar em causa a sobrevivência do jornal, em nome da liberdade da imprensa. Mas, tão ou mais importante, vão ter que se colocar em causa.
Nesse sentido, "The Post" é um filme sobre a perda da ingenuidade. Um postal de uma época e do que restou dela.
Pergunta o DN: "Quem quer ser diretor do FBI?" Estranhei. Então, o concurso não era "Quem quer ser milionário"? Mas, depois, pensei: o cargo de milionário já está ocupado...
Friedrich emigrou para os Estados Unidos e enriqueceu. O filho, herdou dinheiro e o nome. Mas, o nome, já estava devidamente americanizado: Fred. Fred casou com uma mulher escocesa, de férias em Nova Iorque. Foi nesta cidade que fez prédios e filhos. Mais prédios do que filhos, é certo. Mesmo assim, fez cinco. Filhos. A um chamou-lhe Fred, como o pai. A outro chamou-lhe Donald, como o pato. Donald herdou a empresa de construção e tornou-se um pato bravo, como o pai. E, como o pai, fez prédios e filhos. Cinco. Mas, Donald é um pato moderno. Fez os filhos em prestações suaves e, como bom pato de negócios, deslocalizou a produção com modelos feitos na Checoslováquia e na Eslovénia.
Com um passado tão rico (mesmo!) e cosmopolita, fazia sentido pensar que o seu objectivo de “tornar a América grande, outra vez”, passasse por abrir as portas a mais emigrantes empreendedores. Mas não, as portas são para fechar. O que nos deixa a pensar: "E se o pato tiver razão?” Se tivessem sido mais exigentes nas políticas de emigração, a América não teria chegado onde chegou: a ter patos, na Casa Branca.