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Enquanto se fingia discutir o programa do governo, foram chegando as moções de rejeição ao presidente da Assembleia da República. À tarde o governo cairia. Mas antes, pela hora do almoço, numa sala do Parlamento, sem presença de público ou jornalistas, assinaram-se vários acordos “não sei de quê” entre o PS e os partidos à sua esquerda. Primeiro, entrou um partido e saiu. Depois, entrou outro partido e saiu. E, finalmente, o terceiro. Falaram, à vez, com o PS e nem sequer se sentaram. Enquanto o governo afirmava que caía de pé, a oposição de esquerda assinava acordos, de pé.
O DN considera que nem sequer se pode chamar “acordos” aos documentos. É uma “posição conjunta”, cheia de “ses” e “mas”. A “posição conjunta” compromete-se a não votar com a direita uma moção de censura, mas isso não impede que cada partido da “posição conjunta” não possa apresentar as sua própria moção de censura. Nesse caso, António Costa diz que há divórcio. Só que não houve casamento, nem união de facto, nem namoro sequer. Foi uma “one night stand”, à luz do dia. Sem tempo para sentar.
Esta semana foi marcada por dois acordos: o acordo para a Grécia e o acordo nuclear com o Irão. Porque não celebramos com alegria?
O acordo para a Grécia foi conseguido depois de uma noitada de trabalho e de uma ideia de Passos Coelho. E foi, imediatamente, seguido de avisos, ameaças, demissões, declarações de descrença e manifestações nas ruas. Os “mas” e os “ses” deviam preceder o acordo. Evocá-los minutos depois é voltar à estaca zero. Afirmar que não é exequível, é matá-lo de morte.
O Presidente Obama conseguiu um acordo para a questão nuclear iraniana. Todos parecia contentes. Exceptuando (claro!) um país chamado Israel. “Eu não confio no Irão”. A frase, dita por Benjamin Netanyahu, não seria de espantar. Só que foi dita por Hillary Clinton, uma provável sucessora de Barack Obama na presidência dos Estados Unidos. Clinton ainda elogiou Reagen e diminuiu o líder do seu partido e do seu país. Bravo!
Última nota: o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, celebrou o acordo com o Irão com vinho da Madeira. Outra ideia de Passos Coelho?