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Dois produtos que fazem parte das minhas memórias de passagem de ano: álcool e gel. Assim, em separado. Juntos, num 2 em 1, perdem a graça toda. Bom Ano!
- Parabéns, D. Rosa, já sei que fez anos de casada!
- É verdade!
- E, então, como é que comemoraram?
- Ah, foi maravilhoso. O Armando trouxe-me um ramo de rosas vermelhas...
- Oh, rosas para uma Rosa!
- ... foi o que ele disse, e depois fomos jantar fora...
- Que bem!
- ... eu levei um vestido vermelho, ele uma gravata da mesma cor... depois, levou-me a dançar...
- Sim, senhor!
- É, eu adoro danças latinas.
- Bem, esse senhor Armando é um romântico!
- Acha?! Foi um dia igual aos outros.
- Ahhh...
- Não me diga que acreditou, que o Armando me levou a dançar?
Acreditei, por um Shegundo, confesso que acreditei. Teria sido bonito, para terminar o ano.
Tinha havido uma alteração de agenda e Carlos do Carmo não poderia falar comigo. Expliquei que a entrevista já tinha sido anunciada e que tínhamos de ter um plano b. Acabámos por marcar uma entrevista telefónica, com a promessa, da minha parte, de que não poderia ser muito longa. O Carlos, explicaram-me, não gostava de falar muito tempo ao telefone. Respondi que precisava apenas de 10 minutos ao telefone. Gravámos 12 e dei a entrevista por concluída. "Foi uma conversa muito agradável, sabe?", disse-me o charmoso do outro lado da linha, "Porque se sente que gosta de ouvir. Que idade tem?". "Menos de quarenta", respondi. "Interessante. Estava a tentar perceber a sua idade e não estava a conseguir". "E posso saber, porquê?", perguntei. "Porque, geralmente, as pessoas mais novas não têm paciência para ouvir e as mais velhas já não tem curiosidade para perguntar. Você parece que tem as duas coisas". E, depois, ficámos a conversar mais de meia hora. Carlos do Carmo, o cantor que não gostava de falar ao telefone, acabou a perguntar-me "Estou-lhe a roubar muito tempo, não estou?". Eu disse-lhe que não e ele atalhou "De certeza que tem mais que fazer. Deixe-me pedir-lhe que nunca perca a curiosidade e o gosto por conversar". Desligámos o telefone. A entrevista durou os 10 minutos programados. O melhor ficou para mim. Obrigado.
Para quê esta capa do jornal "i"? Para nos lembrar que este ano foi um bocado "cocó" e para nos oferecer um rolo de papel higiénico, patrocinado por uma grande marca do setor. O anúncio diz que o papel é perfumado. Mas, não sei porquê, isto não me cheira nada bem.