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Leio e despeço-me do Diário de Notícias, em papel. Este Diário de Notícias vai acabar. Não sei, ainda, como é que vai ser o novo. Sei, apenas, que vai ser outra coisa. Esta manhã, Ferreira Fernandes esteve na Antena 1 a explicar que jornal é esse que vai nascer. Ele, que lia três jornais em papel todos os dias, sabe que há gente que ainda o faz. Não é, no entanto, gente que chegue para alimentar o jornal que dirige.
Eu leio jornais online para saber das últimas notícias, com rapidez. Mas não leio textos de 30 ou 40 mil caracteres: entrevistas, reportagens, opinião. Há quem leia, claro. Mas, acredito que serão poucos. E se é verdade que o mundo - cada vez mais rápido - não espera pelo dia de amanhã; também é verdade que o mundo - cada mais complexo - continua a não caber em meia dúzia de palavras.
Acho, por isso, que passar para o online não é construir um futuro mais rico, é adaptarmo-nos a um presente mais pobre. Não há jornais a mais, em Portugal. Há é leitores a menos. E, quanto a isso, só nos podemos queixar de nós próprios. E agora, com a vossa licença, vou ler o jornal em papel. Enquanto existe. Boa sorte para o DN.