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No pós-25 de Abril, afirmou José Jorge Letria, a urgência dos cantores em defender causas e tomar posições prejudicou a qualidade artística. Até José Afonso, disse, o maior deles todos, fez discos onde a qualidade de algumas canções foi sacrificada em nome dessa urgência.
Em 2020, Sérgio Godinho fez uma canção urgente, para responder à pandemia. Chamou-lhe o "O novo normal": uma expressão banalizada por estes dias. Se vai ficar como um clássico de Godinho só o tempo o dirá. Mas é uma grande canção (o coro é lindíssimo). E a urgência do que deve ser dito, agora, não tem, necessariamente, que lhe toldar o futuro. Vejo, até, futuro na expressão "O novo normal". Porque, somando quase 50 anos de canções, o mestre Godinho continua a ter a capacidade de transformar "uma frase batida" num hino poético. Como n' "O primeiro dia".