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O desacordo ortográfico

por Miguel Bastos, em 14.05.15

abaixo_aborto_ortografico.png

Trabalhei numa redacção onde havia autocolantes destes, colados nas gavetas da secretárias. Havia um que falava no Cavaco. Estávamos no início dos anos 90. Podia ser hoje.

 

A língua desperta paixões. As pessoas ficam empolgadas, crispadas, zangadas, por causa do Acordo Ortográfico (AO). E, no entanto, não houve uma discussão séria.

 

Aparecem cidadãos indignados nos vox pop dos media. Colunas de jornal, assinadas  por escritores e jornalistas, com a indicação “escreve segundo a antiga grafia”. Os sábios da língua desapareceram na sua erudição. Os políticos acham que o problema é técnico e não político. É o que dá termos políticos que falam em “malabarices” e “cidadões”.

 

Ora, a questão é obviamente política. (A ideia não era aproximar as diferentes formas de escrever português?) Temos um novo AO a vigorar em Portugal, com os outros países lusófonos ainda a pensar no assunto. O objectivo era ter uma grafia, mas, para já, só acrescentámos mais uma.

 

A língua muda, a ortografia também. Não é preciso ler uma carta de foral ou uma cantiga de amigo. Basta um texto do início do século passado. Houve duas revisões da ortografia depois disso. E ninguém morreu.

 

Era preciso uma discussão séria. Mas ninguém discute, porque toda a gente já sabe tudo.

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23 comentários

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João Carlos Reis a 15.05.2015

Prezado Miguel,
eu concordo inteiramente consigo em que não houve uma discussão séria sobre o aborto ortográfico, mas eu prefiro mais conversas, pois assim as pessoas vão-se esclarecendo mutuamente e civilizadamente, o que não acontece numa discussão.
Com esta coisada toda do aborto vim a descobrir coisas que, se a esmagadora maioria dos defensores do aborto soubesse, só continuaria a defendê-lo se for... burra (sem ofensa aos animaizinhos, pois até são dos mais inteligentes)... mas infelizmente a ignorância impera...
"O objectivo era ter uma grafia, mas, para já, só acrescentámos mais uma." Pois... isso foi o que os feitores do aborto nos quiseram impingir, mas de certeza absoluta que quem leu o dito já se apercebeu de que em vez das duas oficiais anteriormente existentes, vão passar a existir ortografias à vontade do freguês... está tudo preto no branco do aborto... é só lê-lo...
"A língua muda, a ortografia também." Bem... se as pessoas soubessem, entre outros factos, que a reforma ortográfica de 1911 foi feita, não por motivos técnico-científico-linguísticos, mas tão só por motivos ideológico-político-economicistas, decerto que não utilizariam este argumento para defender qualquer aborto...
"Houve duas revisões da ortografia depois disso. E ninguém morreu." eu não sei se alguém se suicidou por cauda das reformas ortográficas, mas uma coisa tem sido fatidicamente certa: o Idioma Português tem sido nivelado por baixo (quando querem elevar tudo o mais) e cada vez mais pobre...
Outra coisa é certa: por eu não saber tudo é que fiz umas investigaçõezinhas (mas a maior parte das provas veio ter comigo sem eu as procurar) e, entre várias coisas, descobri que os velhos do Restelo (feitores do acordo, seus seguidores e apoiantes) conseguiram fazer com que o Português retrocedesse parcialmente ao Português dos séculos XIV e XV, onde quase não havia regras, mas (e esta parte, entre muitas outras, escapou aos fazedores do acordo) a ortografia da altura não alterava a fonética das palavras, o que este aborto faz genericamente e os anteriores fizeram parcialmente... se quiserem provas, é só deixarem aqui um comentário que eu forneço... só algumas... pois se fosse a investigar tudo ainda fazia uma tese com o tamanho da Luso-Brasileira... e podem crer que infelizmente não estou a exagerar...
E isto é só um aperitivo sobre o assunto...
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Miguel Bastos a 15.05.2015

Caro João

Obrigado pelo seu comentário. Discutir, devia ser sempre de forma civilizada. Infelizmente, a maioria das vezes não é assim. Nesse sentido, percebo que prefira as “conversas”.
Por exemplo: no dia em que entrou em vigor o Acordo Ortográfico (AO), Edite Estrela (deputada e filóloga) e Nuno Pacheco (director adjunto do Público) estiveram na TVI24 a discutir o assunto. O tom foi demasiado crispado, para ser esclarecedor.
Mas não gosto de pensar que quem defende o AO é menos inteligente. Alguns dos seus impulsionadores (como o Prof. Lindley Cintra) não são conhecidos pela falta de inteligência. Agora, não percebo (e lamento) porque que é que não se ouviram devidamente os que cultivam a língua (como muitos jornalistas, professores, escritores). Não quero acreditar que os escritores que rejeitam o AO, o façam por capricho.
É certo que a discussão pode ser demasiado técnica. Mas, também não pode ser reduzida ao “eu sempre escrevi assim”.
E foi isso que foi acontecendo.
Um abraço,
Miguel
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Zé Nabo a 15.05.2015

Peço desculpa de intervir, mas é só para esclarecer que, doravante, o Prof. Lindley Cintra passará a chamar-se Lindlei Sintra. Muito obrigado.
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ana leote a 28.05.2015

E quem nasceu com o sobre nome de Baptista agora vai ter de ir ao Registo alterar o nome?
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Miguel Bastos a 29.05.2015

Acho que não Ana.

Mas o filho (ou o neto) do Baptista, poderá vir a ser Batista.

Como o filho do Victor, que se chama Vítor.
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João Carlos Reis a 17.05.2015

Prezado Miguel,
Bem... se quem defende o aborto é inteligente ou não não sei... o que é certo é que dentro do ponto de vista estritamente técnico-científico-linguístico ainda nenhum (e friso bem: nenhum) defensor ou os mentores do aborto com quem consegui entrar em contacto conseguiu rebater as observações que faço em muitos pontos... bem pelo contrário: enleiam-se e enrodilham-se de tal maneira que depois acabam por ter que dar o braço a torcer...
O mais evidente de todos é que os mentores do aborto dizer que é para unificar o Idioma... algo que o próprio aborto contraria... e quedo-me por aqui...
Apesar de eu ser frontalmente contra o aborto, motivos do tipo “eu sempre escrevi assim” não me dizem absolutamente nada, pois eu creio que nós devemos tentar melhorar (e friso bem: melhorar) tudo o que existe... não piorar, como especificamente faz este aborto em relação ao nosso Idioma...
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Ana a 15.05.2015

Se o AO só é obrigatório para os serviços públicos porque é todos os jornais e revistas fazem questão de seguir esta aberração?
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Miguel Bastos a 15.05.2015

Boa questão, Ana.

Julgo que tem a ver com a nosso desejo de ser um bom aluno. Seguimos as regras. Mesmo as que não são obrigatórias. Fomos o bom aluno da Europa, o que apanhou o comboio. Somos o aluno que vai além da Troika.

Mas nem todos o fazem. O Público (jornal de grande peso institucional) tomou uma posição de força e recusa-se a adoptar o Acordo Ortográfico.

A Sociedade Portuguesa de Autores (onde estão os senhores que escrevem livros e tudo!) também não adoptou.

Corremos o risco de ter uma ortografia para funcionários do Estado e uma ortografia para os outros.

O pior é que há crianças no meio disto. É como se os pais estivessem tão “entretidos” a discutir que não reparassem nelas.

Mas elas existem. Umas aprenderam na velha ortografia e estão a (re)aprender nesta. Outras já vão aprender nesta e vão ler livros e jornais na “velha” ortografia. Umas estudam em escolas do Estado(com a nova grafia) outras em escolas privadas (com que grafia?).

Enfim, uma confusão.

Cumprimentos,

Miguel
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Ana Leote a 28.05.2015

Sr Miguel Bastos agradeço o seu comentário e vou sempre continuar a ser sempre uma defensora da Língua Portuguesa e tal como já publiquei e respondi este AO é uma ofensa a quem tantos portugueses e notáveis sempre defenderam a nossa Língua...desde Camões até Eça de Queiroz passando por Fernando Pessoa, Fernando Pessa e até Natália Correia e mais alguns que não citar porque não há espaço para isso mas são mesmo tantos e como é possível que os Ministros que temos tendo depois do 25 de Abril tenham esquecido a maneira como aprenderam a escrever e falar?
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Miguel Bastos a 29.05.2015


Olá Ana,

Camões ou Fernando Pessoa fizeram mais do defender a língua.

Escreveram-na, cantaram-na, afirmaram a língua portuguesa no mundo.

Mas fizeram-no numa grafia diferente da sua e da minha.

Parece, por exemplo, que Fernando Pessoa não gostava da ortografia que a Ana defende.

E a língua não é só a ortografia.

Não quero com isto dizer que apoio a grafia anterior ou a nova.

A questão é que a introdução da nova grafia foi pouco discutida.

E que grande parte dos escritores atuais não a defende.

Era importante perceber porquê.

Com os melhores cumprimentos,

Miguel
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Megane a 15.05.2015

Porque os jornais, as revistas e a TV já têm pouca credibilidade. São poucos já os que sabem escrever. Esta lei que nunca deveria ter sido uma lei nem uma imposição só traz trapalhadas, confusões e mais analfabetismo, primeiro, criados por Sócrates e a seguir pelos políticos que lá estão, que nem política sabem fazer. A continuar assim é óbvio que moralmente não posso votar em ninguém que insista nesta aberração. A política é um caso muito sério, mas só para quem é sério e honra a pátria. E isso já era. Agora é a rebaldaria e assim continuará até destruirmos tudo o que temos. Não vou votar em ninguém que não queira rever este acordo palerma. Lamento os políticos que temos. Margarida
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Makiavel a 15.05.2015

Só um exemplo da aberração que é o AO:

-como regra tem-se que as consoantes mudas (que não se pronunciam) caem na forma escrita;

ex: Egito, mas os seus habitantes levam como bónus um p - egípcios.

Duas palavras com a mesma raíz, mas de escrita diferente!
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cheia a 15.05.2015

Não são só os funcionários públicos que têm de escrever de acordo com a nova ortografia, todos os estudantes o têm de fazer, porque se o não fizerem são penalizados, por darem erros.
Quanto aos escritores e jornalistas, o que farão se os leitores se recusarem a lê-los?
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João a 15.05.2015

Um "espetador" é quem assiste a um "espetáculo"; observador; testemunha, ou será alguém que espeta objectos afiados em alguma coisa?
Realmente este "acordo" ortográfico é um verdadeiro "espetáculo" que devia ser espetado no ** de quem o elaborou :-)
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Bela a 15.05.2015

No inicio dos anos sessenta do Sec. XX, quando entrei para a escola primária (básica - é nome recente), nessa época a grafia de nomes que se escreviam com passaram a fazer-se com , Izabel, Eliza, Elizabete, Luiz, passaram a Isabel, Elisa, Elisabete, Luís, e realmente "ninguém morreu".
O meu pai (já falecido) nasceu em 1922 e quando foi para a escola aos sete anos, ainda se escrevia; mai, pae, que posteriormente passou a mãe, pai. Por teimosia nunca se habituou a escrever com a grafia que foi imposta depois. Nunca teve problemas por isso. E na época vivia-se em ditadura.
Portanto sou de opinião que cada um deve escrever como melhor lhe aprouver.
E viva a liberdade e o novo acordo!
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Bela a 15.05.2015

No inicio dos anos sessenta do Sec. XX, quando entrei para a escola primária (básica - é nome recente), nessa época a grafia de nomes que se escreviam com 'z' passaram a fazer-se com 's', exemplo; Isabel, Elisa, Elisabete, Luís, e realmente "ninguém morreu".
O meu pai (já falecido) nasceu em 1922 e quando foi para a escola aos sete anos, ainda se escrevia; mãe com i, e pai com e. Por teimosia nunca se habituou a escrever com a grafia que foi imposta depois. Nunca teve problemas por isso. E na época vivia-se em ditadura.
Portanto sou de opinião que cada um deve escrever como melhor lhe aprouver.
E viva a liberdade e o novo acordo!
Eu vou continuar a escrever como aprendi, pelo anterior.
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João Carlos Reis a 18.05.2015

Prezada Bela,
bem... se morreu ou não alguém, eu efectivamente não sei. O que sei é que estão a matar o lindo e rico Idioma Português com todas estas trocas e baldrocas.
Eu, apesar de ser frontalmente contra o aborto, não vou escrever segundo a "nova" ortografia (que de novo pouco tem, pois é um retrocesso parcial ao Português dos séculos XIV e XV, em que praticamente não havia regras, mas em que a ortografia da altura não alterava a fonética dos vocábulos, o que este aborto provoca) não por teimosia ou porque assim aprendi, mas única e exclusivamente por motivos técnico-científico-linguísticos.
Logo, nunca posso dar vivas a um aborto que nivela por baixo e empobrece o Português.
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José C. M. Velho a 16.05.2015

Claro que já houve muitos acordos ortográficos e muitos saltos evolutivos na língua, se assim não fosse e quiséssemos uma língua imutável e fechada aos nossos hábitos, ainda hoje falaríamos em Latim.

A língua é um ser vivo e não pertence aos escritores nem aos linguistas mas ao povo, à esmagadora maioria que a usa.

Se no entender dos eruditos a língua cai na lama, pois nessa lama esteja, se é assim que os falantes o desejam.

Um dos maiores escritores não só da Língua Portuguesa como do Mundo é Fernando Pessoa e também ele foi avesso à mudança ortográfica ocorrida no seu tempo, tendo então afirmado que "Nunca deixarei de escrever philosophia ." Hoje tal afirmação vemo-la como um disparate. Não deixa de ser um dos maiores da literatura da Humanidade mas foi um palerma em querer que a língua fosse só sua, a seu gosto, imutável.

Palermas como o Fernando Pessoa continuam a existir ainda hoje. São pessoas excelentes mas palermas nesta falta de visão. Para além disso, são estes defensores intransigentes da língua que escrevem "site" nos seus textos e lêem saite " e não "cite" que é o que escreveram de facto, quando queriam dizer "sítio". Escrevem "blog" quando deveriam escrever "blogue"; escrevem post ", em vez de publicação ou artigo, etc. Tanto defendem a língua que só a vêm prejudicando, de forma inconsciente, é certo, mas irresponsável.

Assim, não só são palermas como ignorantes, pois ignoram o prejuízo que causam lançando a confusão que detêm em si, com disparates ignorantes como: "Agora temos que escrever fato e não facto", o que é falso.

Já ninguém diz tesoira nem oiro quando se referem à tesoura e ao ouro, da mesma forma que nada choca escrever-se eletricidade sem aquele "c" que não faz falta nenhuma de facto.

Desde 1990, e já lá vão tantos anos, lentamente a sociedade portuguesa vai usando este último acordo e já há muitos anos que muitos textos são assim produzidos, sem qualquer problema. Por exemplo, toda a abundante legislação e demais publicações que diariamente enchem vastas páginas das séries do Diário da República, vêm sendo publicadas, há anos, na atual ortografia e ainda não houve nenhum problema na sua compreensão ou interpretação.

Aquilo que os palermas anti-último-acordo dizem são falsidades baseadas na ignorância do próprio acordo, das forças da mutabilidade linguística e na sua própria frustração psicótica, de cariz obsessivo-compulsivo , de ter tudo arrumado de acordo com o que lhes vai na cabeça, como quem coloca todos os objetos em casa direitinhos e sem poderem sair do sítio.

É natural que nunca consigam escrever de outra forma mas tal incapacidade própria não deve ser extensiva ao grupo dos falantes da língua que se encontram por todo o Mundo. Essa obsessão e compulsividade na arrumação e imutabilidade das coisas não precisa de criar pânico nem ataques de qualquer espécie, pois podem continuar a escrever como bem entenderem, ninguém lhes vai apontar uma arma à cabeça para os obrigar a escrever da forma que não querem, mesmo que escrevam noutra língua.

Nem sequer precisam de medicação. Escrevam como quiserem. No entanto, tomem a medicação para outros aspetos da personalidade sempre que seja um médico a prescrevê-la.

Este texto foi integralmente escrito ao abrigo do último acordo ortográfico e, nele, foram usadas as seguintes "novas" palavras: eletricidade, atual, aspeto e objeto, o que demonstra, a pouca e simples incidência, a inexistência de qualquer incompreensão, isto é, a falsidade dos argumentos e da poluição que grassa na sociedade, alimentada por alguns órgãos de comunicação social geridos por maníaco-obssessivos .
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João Carlos Reis a 19.05.2015

Prezado José,
é claro que não houve "muitos acordos ortográficos". Em Portugal, antes da de 1990, só houve duas reformas ortográficas. Reformas (e não acordos) porque a reforma de 1911 foi feita à revelia do Brasil e a de 1945, apesar do acordo da Academia Brasileira de Letras, não foi aprovada pelos políticos brasileiros. Quanto ao “…, ainda hoje falaríamos em Latim.”, qual era o problema??? Será que morria alguém por isso??? Mas independentemente disso, neste artigo está uma excelente resposta para si, bem como para quem aduz esse argumento falacioso: " Ortografia, Fonética e Grafia" (http://criticanarede.com/ed1.html).
Precisamente por concordar inteiramente que "A língua é um ser vivo", não posso de forma alguma vê-la nivelada por baixo e empobrecida como faz este aborto e, após três reformas ortográficas em menos de um século, eu apenas tenho a dizer o seguinte: digam isso também aos povos altamente retrógrados, nada inovadores, engenhosos e menos inventivos ainda que existem (pois os malandros não fizeram nenhuma reforma ortográfica de jeito no último século) como por exemplo os francófonos, os anglófonos ou os germanófonos... mas que cambada de retardados estes tipos...
Bem... pelo que escreve no terceiro parágrafo vejo que é uma pessoa simples que gosta de andar na lama, com salários de lama, condições de vida de lama, cultura de lama, cuidados de saúde de lama, instrução de lama, ortografia de lama, economia de lama... e muitas outras lamas... Eu, como dizia o Orson Welles, também sou uma pessoa de gostos simples: o melhor basta-me. Logo, e ao contrário de si, eu desejo (e estou a fazer a minha parte para que isso aconteça) a todos os meus compatriotas excelentes salários, excelentes condições de vida, excelente cultura, excelentes cuidados de saúde, excelente instrução, excelente ortografia, excelente economia e, como não podia deixar de ser, um idioma de excelência.
O seu quarto parágrafo é uma pérola do retrocesso, pois o presente aborto fez com que o Português retrocedesse parcialmente ao Português dos séculos XIV e XV, com uma pequena diferença: apesar de cada qual poder escrever quase como quisesse, a ortografia daquela altura não alterava a fonética das palavras como este acordo implicitamente preconiza... E viva o «disparate» que faz o Idioma retroceder... ups... isto não convém dizer, quanto mais escrever...
Pois... é o normal... quando não se tem argumentos, recorre-se ao insulto... como o Malaca Casteleiro (http://www.jn.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=929651), entre outros... já os mentores e defensores do aborto "... só a vêm prejudicando," de forma irresponsável, mas... consciente... muito consciente…
Já no seu sexto parágrafo, e para que conste, eu apesar de ser frontalmente contra o aborto, não o sou com base no argumento do "porque sempre escrevi assim" ou nos do Fernando Pessoa, mas única e exclusivamente com base em argumentos técnico-científico-linguísticos, ao contrário dos mentores da primeira reforma ortográfica, que se basearam em argumentos ideológico-político-economicistas...
"Já ninguém diz tesoira nem oiro quando se referem à tesoura e ao ouro, ..." Ninguém, como quem diz... fale por si...
Quanto ao seu oitavo parágrafo, e como eu não suporto a mentira, já me incomoda (como sempre incomodou) muito que vamos no vigésimo quinto anos em que nos estão a mentir de que o acordo é, entre outras mentiras, para termos uma ortografia única ou, como alguém disse, “para escrevermos todos da mesma maneira”.
No seu nono parágrafo constato que nunca leu o aborto nem as constatações técnico-científico-linguísticas que refutam as mentiras do acordo, além de constatar, mais uma vez, que quando se tem argumentos fundamentados em “…falsidades baseadas na ignorância…” e numa “… frustração psicótica, de cariz obsessivo-compulsivo, …”, recorre-se ao insulto.
Tirando o facto de continuar os insultos no décimo parágrafo, a “…obsessão e compulsividade…” dos “abortistas” é tanta que até antes do aborto entrar em vigor já o queriam… reformar… No que respeita à “…imutabilidade…” remeto-o para a minha resposta ao seu segundo parágrafo…
E não explano mais nada, pois constato que é mais do mesmo…
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José CF Gonçalves a 16.05.2015

Vejamos o que está em causa, uns quantos países de "língua oficial portuguesa", diga-se que lá escrevem muito mal e falam muito mal português, nem todos, para haver uma maior aproximação e penso que com proposta originária de Portugal, assinaram um acordo ortográfico, o surpreendente é que o original tem de ser alterado para ficar semelhante às cópias, muito más cópias, não deveria ter sido o contrário, que pena, em Portugal quando precisamos marcar presença ou até por outros interesses, há a tendência para servirmos de tapete para limparem os pés, esses que de Portugal e dos portugueses pouco sabem.
Tudo o que escrevi são meras suposições, longe de mim estar a afirmar o que não vi, não ouvi e nem sequer participei.
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José CF Gonçalves a 16.05.2015

Só mais uma coisa, para que não fique esquecido, ou estou muito mal informado ou o acordo apenas está em vigor de verdade, em Portugal, os outros nem pensar, talvez apliquem uma coisa aqui e outra ali, mas na integra, nem pensar.
Isto é o que consta por ai, até já ouvi um advogado e jornalista por quem tenho consideração, abordar isso mais ou menos nesses termos, ou então ouvi mal.

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