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Gostava de falar do caso dos documentos do Panamá. É um problema dos ricos, que são tão ricos, que não sabem o que fazer com o dinheiro. Não sabem onde o gastar. Nem como o gastar. É um problema grave que, a maioria de nós (felizmente!), não vai ter que enfrentar.
No dia a seguir ao escândalo ter rebentado, Rui Tavares perguntava no Público: “O que é que têm em comum Vladimir Putin e Petro Poroshenko?” e a resposta era “guardam o dinheiro no mesmo sítio”. Que é como quem diz, são adversários, mas não são parvos. São inimigos, mas não são parvos. São ricos, mas não são parvos.
Dinheiro é dinheiro. Pode ser ganho de forma legal ou ilegal; de forma legítima ou ilegítima; à custa de si próprio ou à custa dos outros; cometendo crimes ou sem cometer crimes; ou, mesmo, para cometer crimes. Podem ser democratas ou ditadores; de esquerda ou de direita; artistas ou estrelas do deporto; empresas ou empresários; polícias ou ladrões. É indiferente. O dinheiro, quando é muito, quando é mesmo muito, acaba no mesmo sítio.