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Ter um antigo e um actual Presidente da República Portuguesa a apoiar a candidatura de um antigo primeiro-ministro, a secretário-geral da ONU, é (sem ironias) uma coisa linda de se ver. O antigo Presidente (Jorge Sampaio) foi rival de António Guterres no PS. O atual (Marcelo Rebelo de Sousa) foi líder da oposição, quando Guterres foi primeiro ministro. E antigo e o atual Presidente foram adversários nas eleições à Câmara de Lisboa. Nem um, nem outro, hesitaram no apoio a Guterres. Os três conhecem-se há várias décadas. E unem esforços, em termos políticos e pessoais, a favor de Portugal.
Sampaio trouxe consigo o empenhamento na defesa dos refugiados sírios. Marcelo fez um bom discurso. Exagerou (quando evocou Gandhi e Mandela), mas esteve bem na evocação das qualidades do candidato e das qualidades do país. Somos um país pequeno, periféricos, etc. Mas isso, não é uma maldição. Pode, até, ser uma vantagem para este tipos de cargos. Termos jornalistas franceses que não sabem quem é Marcelo, não tem mal nenhum. Alguém, em Portugal, sabe o nome do chefe de Estado da Finlândia ou da Lituânia?
Se não servir para mais nada, a candidatura de Guterres a secretário-geral das Nações Unidas, servirá, ao menos, para mostrar que se pode melhorar a política portuguesa, a partir de dentro. E que se pode trabalhar em conjunto. Basta ter objectivos e desígnios comuns. Não faltam oportunidades.