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Maria Barroso disse que a fé lhe trouxe “força para viver e força para morrer”. A frase inquietou-me, por acentuar a proximidade entre a vida e morte. Falou-se muito da morte na entrevista de Fátima Campos Ferreira: a morte dos pais, dos sogros, de Salgado Zenha e a quase morte do filho João Soares. Foi nessa altura, que reencontrou a fé. Agora, encontrou a morte. A sua morte.
A jornalista da RTP tinha pedido uma entrevista a Maria Barroso, a propósito dos seus 90 anos. Senti esses anos na entrevista - pelo percurso e pela experiência. Mas, ao mesmo tempo, não pareciam 90 anos: no timbre, no ritmo, no discurso, no pensamento. Ouvir Maria Barroso é, talvez, ainda melhor do que vê-la. A sua voz está no cinema, na poesia, na política. A sua voz límpida e afirmativa está na entrevista, inédita (Antena 1, RTP).
Num dia estava assim, num outro caiu e morreu. Foi, por isso, que a frase de Maria Barroso me inquietou. Para quem tem fé, vai reencontrar os que ama. Para os outros, apagou-se, simplesmente. Viver, morrer. ON/OFF.
PS: A Anabela Mota Ribeiro republicou uma entrevista maravilhosa com Maria Barroso. Está no seu blog.