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Pacheco Pereira tem razão: Marcelo Rebelo de Sousa conseguiu condicionar o tema das eleições presidenciais. Nos últimos anos, não se falou de outra coisa. Quando se falou de eleições legislativas antecipadas, falou-se, também, de presidenciais. Quando se marcaram as legislativas, falou-se de presidenciais. Quando começou a campanha das legislativas, falou-se de presidenciais. Agora, que devíamos estar a discutir presidenciais, falamos de outra coisa qualquer.
Marcelo não condicionou só os media e os outros candidatos da direita. Também condicionou o próprio Partido Socialista. António Costa tem mais estima por ele, do que por Maria de Belém - e não vai mexer uma palha. Manuel Alegre e José Sócrates já chamaram a atenção para os custos que isso vai ter para o PS. Mas já é tarde demais. A “criação” de Sampaio da Nóvoa foi um fiasco; Guterres não estava mesmo interessado; Maria dividiu o caminho para Bélem. O PS vai perder, por falta de comparência. E Marcelo vai mesmo ser entronizado. As eleições serão, apenas, uma formalidade democrática.