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Vamos ao estereótipo: camisa aberta, bigode, brilhantina e palito na boca. De piropo fácil e trocadilho picante, é um fala barato que canta de galo. O macho latino (dizem que, outrora, apreciado) passou de moda. Será? Despido do estereótipo visual, há um modo de ser e de estar que parece longe de estar extinto. Aquele "agarrem-me, senão eu mato-o", o "havia de ser comigo", a certeza de que "eu fazia isto e aquilo" - que só são ditos, porque sabe que nunca será com ele. Além de espalhar charme, o macho latino mostra-se valente e decidido. Mas é só um "gabarolas", um "pintarolas", quando não um "cobardolas".
Na versão moderna, em vez de dizer que fazia assim ou assado, passou a achar. Acha que o governo devia fazer assim e que a oposição devia fazer assado. Acha que os médicos assim e que os empresários assado. Que os professores isto e que os autarcas aquilo. Acha que este é um incompetente, aquele é burro, o outro tem cunha, aquilo é corrupção. E acha que se deve demitir, despedir, prender. E acha isto tudo sem saber ler nem escrever, nem estudar, nem fazer. No fundo, o macho latino deu lugar ao (como é que lhe hei de chamar?)... ao "acho latino". Parece-me um bom nome: acho latino. Acho eu...