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Portugal viveu, ontem, um Estado de Exceção sem nome. Não foi o Estado de Emergência (que bem conhecemos e para onde - julgava eu - não queríamos voltar), nem o Estado de Sítio (que só é declarado em casos extremos - por exemplo, num cenário de guerra). Não há nada, mesmo nada, que justifique a Exceção. Milhares de pessoas resolveram desligar o bom senso, por um dia, para fazerem uma festa de massas, em tempo de pandemia. Andamos a contar, a dedo, as pessoas que podem estar num evento de família, numa instituição de saúde, numa padaria, numa cerimónia religiosa ou política, e depois permitimos - permitimo-nos - a concentração de milhares de pessoas, num Estado de Exceção ao avesso, em que tudo se pode fazer. Depois, voltamos a ligar o interruptor para criticar opções políticas, planos de vacinação, capacidade hospitalar, cercas sanitárias. Não é admissível, nem é desculpável.