por Miguel Bastos, em 27.06.22
Parece que é consensual: os melhores discos dos Duran Duran são os dois primeiros ("Duran Duran" e "Rio). Há quem junte o terceiro ("Seven and the Ragged Tiger"). E, depois, há dois singles fundamentais ("Wild Boys" e "A View to a Kill"). Para muitos, a banda morreu aqui: em 1985. Segue-se um "Rise and Fall" (sem "Ziggy Stardust") de várias décadas: o álbum "Notorious" dividiu os admiradores; os dois seguintes foram considerados uma desgraça. Porém, em 1993, voltam a ter dois clássicos ("Ordinary World" e "Come Undone"). Segue-se uma nova queda livre, de três discos. Até que, em 2004, a banda reagrupa a formação original e edita "Astronaut". O disco não é grande coisa e o guitarrista sai da banda, que insiste em derrapar. Em 2013, o produtor Mark Ronson (Adele, Amy Winehouse) anuncia aquele que deveria ter sido o sucessor de "Rio". A banda edita "All you need is now" e volta a ser "cool". Segue-se "Paper Gods", que lhes volta a dar um grande sucesso ("Pressure off"), e, finalmente, "Future Past".
Apesar dos altos e baixos, dizer que a banda acabou em 1985 não faz sentido. Mesmo nos discos menos inspirados, os Duran Duran têm boas canções. Enquanto os fãs e os outros discutem se o espetáculo do Rock in Rio foi o melhor ou o pior de sempre, eu olho para o alinhamento e abro a boca de espanto. É uma mistura de canções do último disco, com os sucessos até 85. Com, apenas, 3 exceções. Como se os Duran Duran dessem razão a quem lhes reduz a carreira à primeira metade dos anos 80 e lhes reduz a música a meia dúzia de clichés. Que pena!