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Cavaco e a maioria

por Miguel Bastos, em 23.07.15

cavaco eleicoes.jpeg

Cavaco Silva já fixou a data das eleições: 4 de Outubro. Uma boa data, já que deixámos de celebrar a República, de que Cavaco é presidente. Em frente. Para além de fixar a data, Cavaco pediu: "uma maioria estável no Parlamento”. Referiu que é necessária estabilidade, já que continuamos sujeitos a uma forte disciplina financeira.

 

Os partidos não tardaram a reagir: o PSD e o CDS acham que a actual coligação é a única que garante a estabilidade; o PS diz que “é o único partido que pode consagrar uma maioria absoluta”; o PCP lembra que “a estabilidade política significou desestabilização” dos portugueses; o Bloco considera que Cavaco “não tem nenhum mandato” para impor uma maioria ao país.

 

Portanto, tudo na mesma, como a lesma. Os coligados acham que personificam o desejo de Cavaco; o PS também, mas vai fazer tudo sozinho; o PCP e o BE põem-se de fora (como sempre). Os outros dificilmente contam. Em Portugal, uma coligação continua a ser um bicho de sete cabeças. Cavaco tem razão: “não há nenhum motivo para que Portugal seja uma exceção”. Mas vai continuar a ser… Vou ver o Borgen. Está gravado.

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14 comentários

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Miguel Bastos a 29.07.2015

Olá.

Não lhe respondi antes, por falta de tempo, que agora também não é muito.

Tem razão as sondagens influenciam e muito. Faz parte do jogo. Mas as sondagens não são inventadas.

Não foram as sondagens que elegeram o governo grego. Foram os eleitores. O facto de outro países não perceberem isso é lamentável.

Trabalhei numa empresa em que, quando os resultados não eram os que queríamos o chefe perguntava “porquê”. Havia sempre quem lhe respondia com fraudes e batotas. Ele respondia “se há provas vamos fazer queixa, vamos para tribunal”. Mas acrescentava “de certeza que, quando estamos em primeiro, também há batota”.

Em relação aos partidos, não tenho a certeza do que é um tratamento igual. Um partido acabado de aparecer deve ter o mesmo espaço mediático do que um partido com 40 anos de implantação?
Penso que não. Os partidos representam pessoas: dar 10 minutos a um partido com 2 milhão de eleitores ou com dois eleitores não é igualdade.

Fala dos cinco fantásticos: até há quinze anos eram só 4; só depois apareceu o Bloco. A exposição conquista-se, não se oferece. E um partido com muita exposição, passa a ganhar eleições? Também penso que não. Isto não tem a ver com gosto ou convicção. Eu gosto mais do Sérgio Godinho do que do Tony Carreira, mas percebo porque é que o primeiro vende menos do que o segundo. E penso que ele também. Podia vender mais, se quisesse. Mas não quer, e, se calhar, ainda bem.

Um abraço e volte sempre,

Miguel.
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Ideias e Baleias a 31.07.2015

Olá Miguel,

Vou responder rapidamente também por uma questão de tempo.

Percebo o seu ponto de vista.

Os resultados das sondagens funcionam em ciclo vicioso.

Claro que deviam dar o mesmo espaço. Pelo menos no início. Depois via-se de que material os partidos eram feitos e se tinham razão para terem atenção. A visibilidade é tudo. A competência sem visibilidade é como se não existisse. Infelizmente é assim em demasiados locais e contextos. Ah e dar 10 minutos todos os dias para acusações e banalidades é lixo. Só enche espaço televisivo.

Ao se continuar a dar os muitos minutos aos que têm 40 anos e poucos ou nenhuns aos outros, deixa-se implícito que os outros valem pouco. Dessa forma influenciam-se os eleitores que continuam a dar os 2 milhões de votos ao partido X. Porque é um ciclo vicioso.

Há partidos sem representação na AR que talvez tenham mais capacidades do que o BE que referiu ou outro partido qualquer dos 5. Mas não têm meios (leia-se dinheiro pago pelos contribuintes) para se dar a conhecer. Os próprios partidos do poder precisam de continuar a ter votos para terem dinheiro para se promoverem para novamente terem votos.
Li há alguns dias dizer-se que o Marcelo Rebelo de Sousa não teria meios financeiros significativos para fazer campanha, caso avançasse. E ele é conhecidíssimo. Imagine-se um partido "bom", mas desconhecido. Nunca chega a lado nenhum.
Por isso é que os partidos actuais na AR têm uma posição estável (mais lugar menos lugar). Mais ninguém consegue entrar na corrida.

Sim, também percebo as diferenças entre os 2 artistas. No fundo e muito espremido é uma questão de imagem. Mas talvez os dois consigam viver da música.
Por outro lado, os Portugueses têm dificuldade em viver daquilo que fazem na vida. E os que conseguem podem não estar com boas perspectivas de futuro.

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