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A menina Filipa cresceu, fascinada, por uma colónia agrícola onde uma amiga da mãe era professora. De tal forma que, depois de se ter tornado professora e arquiteta, escreveu um livro sobre o projeto de colonização interna do Estado Novo. Entre terrenos baldio e terrenos do Estado, foram criadas sete colónias agrícolas, para desenvolver a agricultura e fixar a população. Para isso, era preciso reorganizar a propriedade agrícola. No caso dos terrenos a norte do país, caracterizados pelo minifúndio, o objetivo passava por aumentar a dimensão das parcelas. Nos terrenos a Sul, era preciso fazer o contrário: dividir os vastos terrenos, em parcelas mais pequenas, e entregá-las a casais de colonos. O projeto tinha tanto de utópico, como de revolucionário. Mas, a verdade é que pretendia resolver problemas que ainda hoje permanecem: o despovoamento no interior, a escassez de água nos solos, a dimensão da propriedade. Esta tarde, depois da uma, na Antena 1, vou conversar com a arquiteta Filipa de Castro Guerreiro sobre o assunto.
[Atualização] o programa pode ser ouvido aqui: