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Coisas que se encontram no lar da minha mãe. Saúde e Lar. Saudinha é o que é preciso.
"Querem ouvir a minha nova sinfoooiiiiaaa?""....""Mais altooooo!""....""Não ouço nadaaaa!"
Para acabar, de vez, com a pandemia, a guerra na Ucrânia, a crise energética, a inflação, a fome, a mentira e a inveja.
3750 saem do Twitter. 11 000 saem da Meta. Tempos modernos.
A mãe não gosta de deitar coisas fora. Nem gosta de ver coisas deitadas fora. No outro dia, viu um saco cheio de CD, ao lado do contentor. Resgatou-os.
- Mas, isto é tudo pirata, mãe!
- Como assim?
- Isto são discos copiados em casa - como as cassetes, antigamente.
- Pois, isso não sei.
Olhei para as capas. Muitas estavam escritas, à mão.
- Mas tu gostas desta música?
- Acho que não gostei de nada.
Pelos vistos, a mãe torceu o nariz às "house sessions", fez caretas aos "techno beats" e não se deixou encantar pelo "drum n' bass" (desculpa, LTJ Bukem).
Mexe a chávena do café, enquanto aponta, com o queixo, um CD.
- Acho que só gostei desse aí.
Olho para a capa do CD dos Portishead, numa impressão de má qualidade. Glória à mãe.
É desta que vou comprar um carro alemão de três letras. Lá em casa, não tenho tido sucesso nas minhas alegações: "este carro está velho", "aquele carro é giro", "os outros têm direito (só eu é que não)". Agora, tenho um argumento de peso: boa gestão.
Portugal é um país grande e pequeno, ao mesmo tempo. Isso, deixa-nos confusos. Às vezes, queixamo-nos da nossa pequenez: somos mais pequenos do que uma cidade americana ou asiática. Outras vezes, somos muito grandes: é, por isso, que é tudo muito longe. Essa dualidade reflete-se em discussões como a localização do novo aeroporto de Lisboa ou a colocação de médicos e professores no "interior" (no fundo, tudo o que seja a mais de 50 km da costa). Portugal é um país muito centralista. O conceito está interiorizado, mesmo naqueles que têm um discurso descentralizador.
Trabalho numa empresa que tem Portugal no nome. Que tem muitas das qualidades e defeitos dos portugueses. Mas, que faz um esforço (nem sempre conseguido, reconheça-se) para descentralizar. É, por isso, que tem vários jornalistas espalhados pelo país. Para que possam relatar os factos da região onde estão. Mas que possam, devam e reportem realidades de outras regiões ou outros países. E fazem-no, frequentemente. São jornalistas, de corpo inteiro.
Ontem, por razões técnicas e logísticas, os noticiários da Antena 3 foram emitidos a partir de Coimbra. Haverá quem ache isso extraordinário e quem ache que isso não é assunto. Por mim, acho graça que o tipo de Aveiro - que, habitualmente, trabalha a partir do Porto - vá ali, a Coimbra, fazer uns noticiários para todo o país (para todo o mundo) numa emissão que, habitualmente, é feita em Lisboa. Pequeno e grande, ao mesmo tempo.
Se alguém perguntar por mim... diz que fui por aí.
- ... e aquela Mafalda, dona Fátima? Saiu-me cá uma falsa!
- Quem?
- A Mafalda que, agora, anda lá metida com o engenheiro.
- Não estou a perceber.
- A da telenovela... da TVI.
- Ah, deixei de ver novelas. Aquilo é sempre a mesma coisa.
- Mas, a senhora gostava tanto!
- Pois, mas fartei-me. Agora vejo a CMTV.
- A sério? Aquilo é só crimes e desgraças!
- É, eu acho piada àquelas desgraças todas.
Infoentretenimento.