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Eleições europeias

por Miguel Bastos, em 17.05.19

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A contagem do tempo de serviço dos professores. A ameaça de demissão do governo. Os incêndios de 2017. O comendador Berardo. Eu sabia que era uma questão de tempo. A pouco e pouco, as grandes questões europeias vão entrando na campanha.

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Pesadelo em ar condicionado

por Miguel Bastos, em 26.06.17

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Ainda as chamas lavravam em Pedrógão Grande e Castanheira de Pêra. Ainda as labaredas se alastravam em Góis e Pampilhosa da Serra. Ainda o fumo toldava a visão dos que trabalhavam no meio do fogo. E já havia quem exigisse fumo branco. Começou  "O Pesadelo em Ar Condicionado", pensei, roubando o título de um livro de Henry Miller.

 

O pesadelo decorre, invariavelmente, no Monte Olimpo, com os clientes do costume. Uns permancem na frescura do ar condicionado. Outros, deslocam-se aos locais, em viaturas velozes e climatizadas, que replicam o Olimpo em quatro rodas. Chegados ao local (um qualquer, que só tem nome durante a desgraça), permanecem o tempo mínimo exigível e, depois, regressam ao Olimpo: o palco de todas as questões e discussões; de todas as conclusões e ilações.

 

É, por isso, que é tão importante o trabalho dos repórteres, que permanecem nas terras devastadas pelo fogo. Para que seja ali (e não, no Monte Olímpo) que se fale dos incêndios.. Fala-se com gente real e tangível; que troca os "bês" pelos "vês"; que falha na concordância entre sujeito e predicado. "E agora?", pergunta o repórter Nuno Amaral, na Antena 1. Agora, "é andar para a frente"... diz Lucinda. Ermelinda, sujeita com todos os predicados (nascida, batizada e casada em Alvares, no concelho de Góis), está em concordância com a primeira. Esta gente concorda no essencial, para não se perder nas discordâncias verbais do Monte Olimpo. 

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Tempo novo

por Miguel Bastos, em 14.03.16

Captura de ecrã 2016-03-14, às 00.21.08.png

Está aí o “tempo Novo”, de que falava Sampaio da Nóvoa. O tempo novo chegou, mas sem Nóvoa. As eleições legislativas já tinham dado uma derrota ao PS. Mas, mesmo assim, António Costa formou governo. Mesmo sem ter vencido, mesmo sem coligação. Mas com o apoio da esquerda, que esteve sempre fora do “arco da governação”. 

 

Depois disso, Marcelo venceu as eleições, sem depender da simpatia dos partidos que o apoiaram, ou toleraram. O “tempo novo”, começado com António Costa, seguiu, com Marcelo. A sua tomada de posse em vários atos, e em vários dias, apagou as últimas resistências. Em Lisboa, foi a pé para o Parlamento, teve uma cerimónia espiritual com as várias religiões e um espetáculo musical com músicos populares. No Porto, desfilou nos Aliados, telefonou para a Rádio Comercial e visitou o Bairro do Cerco, com a população a aclamar “Marcelo,Marcelo”.

 

Foi, também, no Porto (Gondomar, vá!), que o CDS elegeu a sucessora de Paulo Portas. Assunção Cristas vai-se distanciando do PSD e aproximando de António Costa , ao realçar que o voto útil já não faz sentido. O importante é quem tem condições de formar governo. Por isso, as pessoas devem votar no CDS e não no PSD.

 

Este é o “tempo novo”. Surpreendentemente, tem política. Quem diria?

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Tudo na mesma

por Miguel Bastos, em 10.12.15

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Tudo na mesma, como a lesma. Se as eleições fossem hoje, a coligação PSD/CDS ganhava, o PS ficava em segundo, seguia-se o Bloco, a CDU e o PAN. Todos os partidos sobem nas intenções de voto. Com excepção da CDU. Mas, como sabemos, a CDU ganha sempre. Portanto, ganham todos. São dados da sondagem da Católica (para a RTP, Antena 1, JN e DN - o gráfico é do DN).

 

Mais dados curiosos: a maioria dos inquiridos acha que Passos Coelho deveria ter sido  primeiro-ministro, que é, agora, um líder mais popular do que António Costa. A maioria dos portugueses, considera que o PS deveria ter viabilizado um governo PSD/CDS. Será que estes dados vão servir reforçar o discurso da “ilegitimidade”, da coligação de direita? Talvez. Mas há outro dado curiosos. É que, a maioria dos inquiridos considera que António Costa é melhor solução para o país, como primeiro-ministro.

 

Confuso? Talvez não. Passos Coelho é o preferido, mas se não puder ser… Em certos países viria aí uma corrente de indignação. Mas, em Portugal, tendemos a encolher os ombros. Somos um país de gente porreira.

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Os políticos têm cor?

por Miguel Bastos, em 26.11.15

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Os políticos têm cor? Aparentemente, sim. Sempre se falou da “laranjinhas” ou dos “vermelhos”. Mas, até agora, a cor era dos partidos, não dos políticos em si. Acontece que, pela primeira vez, temos uma ministra “de cor”. De resto, o governo vai ser liderado por um primeiro-ministro com mais “cor”, do que o costume. António Costa tem origem goesa.

 

É quase inevitável que a cor dos políticos seja assunto. Do mesmo modo que ser político e mulher, ainda é assunto. Na edição de ontem, o Público começou a sua análise à composição do governo por aqui. Na altura, ainda não se sabia que o governo ia ter um secretário de Estado de origem cigana e uma secretária de Estado invisual. Porquê? “Porque estamos em 2015”, como disse o novo primeiro-ministro canadiano.

 

O tema da “diversidade” é sempre delicado. Afinal, não se deve convidar pessoas para o governo, “apenas” porque são mulheres, ou negros. Mas, a composição do governo reflete o nível de desenvolvimento de uma sociedade. E aquilo que temos visto, é que a formação dos governos reflete, ainda, uma sociedade estratificada, elitista, demasiado fechada sobre si. Que isso esteja a mudar, só pode ser bom sinal. “Porque estamos em 2015”.

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Os gostos discutem-se

por Miguel Bastos, em 24.11.15

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Cavaco chamou António Costa. Chamou ontem, para impor condições. Chamou hoje, para António formar governo. António Costa vai, mesmo, ser primeiro-ministro.

 

Pela primeira vez, na história da democracia portuguesa, não vai governar quem teve mais votos, mas antes quem conseguiu o apoio no parlamento. Pela primeira vez, há uma solução que inclui os partidos à esquerda do PS. Se isso é bom ou mau, é o que se vai ver.

 

Toda a gente andou a discutir a questão da constitucionalidade. De repente, ficámos todos constitucionalistas. Depois, discutimos a legitimidade. Bem, foi tudo legítimo. A coligação ganhou, legitimamente, as eleições. O Presidente convidou, legitimamente, Passos Coelho para formar governo. A oposição chumbou, legitimamente, o governo. Cavaco Silva ouviu, legitimamente, quem achou que devia ouvir. E, final e legitimamente, convidou António Costa a formar governo.

 

Foi tudo legal e foi legítimo. Isso não quer dizer que se ache bem. E que se goste do processo e do resultado. Mas isso, são gostos. E os gostos discutem-se, feliz e legitimamente.

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One night stand

por Miguel Bastos, em 11.11.15

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Enquanto se fingia discutir o programa do governo, foram chegando as moções de rejeição ao presidente da Assembleia da República. À tarde o governo cairia. Mas antes, pela hora do almoço, numa sala do Parlamento, sem presença de público ou jornalistas, assinaram-se  vários acordos “não sei de quê” entre o PS e os partidos à sua esquerda. Primeiro, entrou um partido e saiu. Depois, entrou outro partido e saiu. E, finalmente, o terceiro. Falaram, à vez, com o PS e nem sequer se sentaram. Enquanto o governo afirmava que caía de pé, a oposição de esquerda assinava acordos, de pé.

 

O DN considera que nem sequer se pode chamar “acordos” aos documentos. É uma “posição conjunta”, cheia de “ses” e “mas”. A “posição conjunta” compromete-se a não votar com a direita uma moção de censura, mas isso não impede que cada partido da “posição conjunta” não possa apresentar as sua própria moção de censura. Nesse caso, António Costa diz que há divórcio. Só que não houve casamento, nem união de facto, nem namoro sequer. Foi uma “one night stand”, à luz do dia. Sem tempo para sentar.

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Governo cai de quatro

por Miguel Bastos, em 10.11.15

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O governo vai cair hoje. E vai cair quatro vezes, que é para não haver dúvidas. Cai de quatro. Ontem, começou a discussão do programa do governo. O governo acaba hoje. Antes, mesmo, de começar. O debate foi pobre, com a repetição de argumentos, de parte a parte. A coligação afirma que ganhou as eleições. A esquerda que tem na maioria no parlamento. É pouco. É curto.

 

No Parlamento, os líderes das bancadas do PSD e do CDS foram aguerridos e contundentes. No PS, Carlos César ensaiou um discurso de Estado. O Público sintetizou: “Direita travestida de oposição, esquerda em pose de Governo”.

 

À noite, na TVI, Adolfo Mesquita Nunes, do CDS, colocou bem o assunto. A coligação ganhou as eleições e é verdade é que não tem a maioria. Se ela existir, à esquerda, ela terá legitimidade para formar governo. O problema é que tudo indica que nem o Bloco, nem o PCP, nem o PEV vão ter representação no governo. E aí coloca-se a questão da maioria. Não há maioria. Há um partido, que perdeu as eleições e que vai governar, apenas porque conta ter o apoio dos partidos à sua esquerda.

 

Se este governo cai de quatro, o próximo nasce feito num oito.

 

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A chave para Portugal

por Miguel Bastos, em 05.11.15

Captura de ecrã 2015-11-5, às 18.07.28.png

A chave para governar Portugal não está fechada a sete chaves. Está em Chaves - terra de bons pastéis e de bom senso. Chaves era uma espécie de Bélgica, onde à falta de governo, governava-se em duodécimos. De acordo com a reportagem da RTP (minuto 15), a situação não fez alarmar os mercados, mas fez parar obras e pessoal, e disparar o preço da água.

 

Em Chaves, as eleições para a freguesia da Madalena deram confusão. O PSD ganhou, mas a oposição (o MAI - Movimento Autárquico Independente e o PS ) tinha mais mandatos. De modo que, durante dois anos, a terra ficou ingovernável. O que é que mudou, entretanto? Em Chaves, fez-se um governo de unidade. O PSD ficou com a presidência da Junta e com o tesoureiro; o MAI com o secretário. A presidência da Assembleia ficou nas mãos do PS, o secretariado divido entre o PSD e o MAI.

 

Portugal inteiro (como dizia o Almada) pode seguir o exemplo? Bem, a presidência da Assembleia já está nas mãos do PS. O PSD, como ganhou, ficava com o lugar de Primeiro Ministro? António Costa, ainda pode ser o vice? E como é que fica o governo de esquerda? E o bigode, ficava para Paulo Portas?

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00Sérgio

por Miguel Bastos, em 30.10.15

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Sérgio Monteiro é o Agente Privatizador. O ex. governante vai liderar a venda do Novo Banco. Faz sentido: foi o homem que privatizou a TAP e os transportes públicos. E que reavaliou as parcerias público-privadas. É, portanto, o homem ideal? Talvez não.

 

A privatização da TAP continua polémica. A Autoridade Nacional de Aviação Civil quer saber quem é que, efetivamente, manda na TAP e (ontem mesmo) o jornal Público escrevia que os credores da TAP ameaçam anular a privatização. De resto, existe essa ameaça, caso haja um governo de esquerda. A esquerda que ameaça, ainda, reverter as concessões dos transportes públicos, em Lisboa e no Porto, feitas por ajuste direto e no final da legislatura.

 

A venda do Novo Banco também não tem sido exemplar. A pressa do governo fez cair Vítor Bento, mas o banco continua por vender. Além disso, parece, cada vez mais claro, que a venda terá custos para os contribuintes. Por fim, colocar Sérgio Monteiro a tratar da venda mostra que o governo esteve sempre envolvido no processo, ao mesmo tempo que dizia que não.

 

Por tudo isto, 00Sérgio - O Agente Privatizador tem uma Missão Impossível.

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