Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
"Não digam 'russos'", corrigiu a professora de geografia. "Mas eles não são russos?", perguntou o Artur. "Não", corrigiu a professora, "são soviéticos." "É a mesma coisa", insistiu o Artur. "Não seja burro. Só é a mesma coisa, para pessoas ignorantes e preconceituosas". A professora de geografia conseguia ser tão assertiva, que nós traduzíamos a designação "assertiva" por "quilhada", ou outras mais... mais... assertivas. Mas, a professora conseguia, também, ser pedagógica. E, antes de mergulhar - com entusiasmo - nos "colcozes" e nos "sovcozes", lá explicou a diferença entre a Rússia imperialista, dos czares, e a União Soviética generosa, dos socialistas. Na altura, achei que tinha percebido. Hoje em dia, não tenho a certeza.
Há 250 anos, a Rússia e a Prússia assinaram um acordo secreto para repartir a Polónia.
Felizmente, foi em 1772. Entretanto, os tempos mudaram.
Hoje em dia, nenhuma grande potência tentaria invadir, dividir, ou sequer influenciar um país soberano da Europa.
Sabemos muito pouco sobre o Afeganistão. Um país devastado, há várias décadas. Uma espécie de aldeia gaulesa, que resistiu aos poderosos exércitos da União Soviética e dos Estados Unidos. Os talibã são, também, uma espécie de lusitanos, mas mais disciplinados: ou governam, ou não se deixam governar. Não é, no entanto, preciso perceber muito de Afeganistão, para perceber o que aí vem. Os talibã reconquistam o território, a grande velocidade, com a tomada militar de mais de uma dezena de capitais de província. Esta madrugada, caiu a segunda maior cidade do país: Kandahar. A capital, Cabul, está ameaçada. O governo tenta, ainda, salvar a pele, com acordos para a partilha do poder. Os soldados americanos estão de saída, mas, o governo enviou três mil soldados, para retirar o pessoal diplomático de Cabul. Outros países seguem o exemplo. As Nações Unidas pedem, aos países vizinhos, para abrirem as fronteiras. Mais de 3 milhões de refugiados já abandonaram o Afeganistão. Está tudo pronto para a desgraça. Estejamos prontos para as lágrimas de crocodilo.
[Foto: Reuters]
Há 75 anos, Roosevelt (Estados Unidos), Churchill (Reino Unido) e Staline (União Soviética) decidiram reeditar o Tratado de Tordesilhas e dividir o mundo em dois. Nessa altura, a guerra ainda estava quente. Não tardou a ficar fria
Tolstói, Dostoevsky, Soljenítsin, Nabokov
Tchaikovsky, Shostakovich, Prokofiev
Kandinsky, Chagall
Eisenstein
Estou a pensar em expulsar os russos, cá de casa...