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Alojamento local

por Miguel Bastos, em 20.06.23
- Mexe-te, filho!

- Já vou, pai!

- "Já vou". Estás a ficar atrasado!

- Ó pai, nunca pensaste em pôr-me no Alojamento Local?

- Não percebi.

- Então, é uma forma de valorizar os imóveis!

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Carrinha funerária

por Miguel Bastos, em 16.06.23

carrinha.jpg 

Acordo, abro a janela e verifico que tenho uma carrinha funerária à porta de casa. Felizmente, uma das minhas qualidades é que sou bom para ir buscar a morte. Mantenho a calma. Preparo e tomo o pequeno almoço, despacho a criançada, vejo o correio eletrónico, arrumo a cozinha, tomo um duche rápido, visto-me e, finalmente, saio de casa.

Olho para dentro da carrinha: um colchão, dois sacos de cama, uma mochila, um saco de compras. Portanto, a carrinha funerária acampou, à minha porta. Suspiro, finalmente. Confesso: a dada altura, como no fado de Amália, "Cuidei que tinha morrido".

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Filho de peixe

por Miguel Bastos, em 14.06.23

peixe.jpg

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Não sejas criança

por Miguel Bastos, em 01.06.23

miguel.jpg 

As crianças não têm boa fama. Hoje, é o dia delas e, portanto, vamos ouvir coisas como: " Descobrir a criança que há em mim", "As crianças são o melhor do mundo" e "As crianças são o dia de amanhã". Mas, amanhã, vamos ouvir coisas como: "Não sejas criança", "Estás a ser infantil", "Não vamos infantilizar". Houve um tempo, em que as crianças não existiam. Eram, apenas, adultos incompletos. Depois, passaram a existir. Rapidamente, no entanto, foram substituídas por uma nova espécie: os jovens. Os jovens, sim, são "fixes": têm beleza e força física, inteligência e ousadia, coragem e frescura. Convenhamos, quando dizemos que somos muito jovens ou que a avó está muito jovem - assim, sem adjetivos nem conservantes - estamos a tecer elogios. Mas, quando dizemos que a avó está a ser uma criança, não soa a elogio. Pois não?! O culto da juventude arrasou a ideia de crescimento e desenvolvimento, ao longo da vida. As crianças querem crescer muito depressa, para serem jovens. Chegados à juventude (e é tão depressa) querem-se manter lá, a vida toda. Percebo as crianças. Quem nunca quis ser grande? Já os adultos... Bem, acho que os adultos, com esta mania de serem "bué" de jovens, a vida toda... Os adultos, dizia, estão a ser muito... muito (à falta de melhor termo)... muito infantis.

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Audição

por Miguel Bastos, em 30.05.23

sala.jpg 

- Ó pai, tens um livro do António Sala?
- Tenho, foi a avó que me deu.
- A sério?
- Sim. Sabes, o António Sala é uma grande figura da rádio.
- Eu sei, tem muita audição.
- Audiência, filho. Diz-se audiência. O programa dele tinha muita audiência.
- Não, pai, audição. Aaauuudição Activaaaa!

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Dia de Reis

por Miguel Bastos, em 05.05.23

carlos e  camila.jpg 

Ai, o tempo passa a correr! Parece que ainda ontem era Natal e amanhã já é Dia de Reis.

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Injustiça

por Miguel Bastos, em 01.05.23

1 maio.jpg

- Acho injusto haver o Dia do Trabalhador e não haver um dia do estudante.
- Mas existe o Dia do Estudante.
- A sério, pai?!
- Sim.
- E é feriado?
- Acho que não.
- Lá está, a injustiça.
- Porquê?
- Porque quando é Dia do Trabalhador, os trabalhadores não trabalham; mas quando é Dia do Estudante, os estudantes têm de estudar.
- Se calhar, tens razão. Deviam lutar para que o Dia do Estudante fosse feriado.
- Achas, pai?
- Sim, mas perdiam o feriado do Dia do Trabalhador.

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Coração

por Miguel Bastos, em 17.04.23
- E depois, pai, os meninos começaram todos a falar e a fazer barulho...

- Pois, filho, e a professora claro que se zangou.

- E disse que a culpa era minha!

- E não era?

- Não, pai, eu estava caladinho.

- Devias-lhe ter dito, filho.

- E disse, pai, mas professora respondeu "é, é"!

- E, então, o teu coração ficou triste.

- Não, pai, ficou azul e branco. Como sempre!

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No cemitério

por Miguel Bastos, em 13.04.23

 

- Já não vinha a este cemitério, há imensos anos.
- Isso é bom sinal.
- Porquê?
- Então, é sinal que não te têm morrido pessoas próximas.
- Mas eu não vinha para funerais.
- Ai não?
- Não, vinha fazer introspeção, pensar nos males do mundo e mais não sei o quê.
- Ahhh.
- Foi a minha fase gótica, estás a ver?
- Compreendo.
- A sério? Eu não.
- Não?
- Se eu,agora,visse esse adolescente, deitado num banco de pedra, armado em existencialista da treta, acho que lhe dava um par de estalos.
- Não acredito.
- Dava, dava. Romantizar o sofrimento... que estupidez! Ele vem de qualquer forma, não é preciso procurá-lo.
- Estás a falar do teu pai?
- Estou. Era um tipo cheio de vida e eu, no cemitério, a ouvir música.
- The Cure e essas coisas?
- Sim, ainda me custa ouvi-los.

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Páscoa

por Miguel Bastos, em 10.04.23

Estive, aqui, a ver as vossas fotografias de Páscoa. Sim, senhor. Pelo que percebi, gostam - mesmo - desta época. E não é assim-assim. Quando muito, assim-assado. Mas, sobretudo, assado.

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