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Dentro e fora

por Miguel Bastos, em 27.03.18

puigdemont detido.png

Em Portugal, dizemos que são escapadinhas. O slogan é “vá para fora, cá dentro”.

Em Espanha, as escapadinhas têm outro slogan: “vá para dentro, lá fora”.

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Vamos "lá fora"

por Miguel Bastos, em 22.12.17

Puigdemont quer resolver a questão da Catalunha: "lá fora", com Rajoy. Vamos resolver isto "lá fora" é uma coisa que soa a macho latino à pancada, junto à taberna. Mas, vindo destes dois, será uma coisa diferente. Antes do "lá fora", Puigdemont vai esperar - até ter a certeza que ninguém o vai magoar. E Rajoy vai estudar a constituição - para ter a certeza que os hematomas estarão de acordo com as regras.

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Catalunha dividida a meio

por Miguel Bastos, em 21.12.17

catalunha.jpg

Valência, Fevereiro de 2017. Dois estrangeiros conversam sobre a independência da Catalunha. Um é português. A outra é francesa. A conversa começa a ficar acesa. Porquê tanta paixão? Bem, o português em questão sou eu: o que olha de fora. Mas, a francesa olha por dentro. Vive em Barcelona, há 20 anos. Mais, é neta de um velho republicano catalão, que fugiu ao regime de Franco. Para ela Barcelona é a cidade, historicamente, oprimida por Madrid - a capital do regime fascista. Ela é a favor da independência. 
 
Mas, Franco já morreu. E Espanha é uma democracia europeia, há mais de 40 anos.   
 
Faço perguntas sobre a língua: vão deixar de usar o espanhol, uma das línguas mais faladas do mundo? Vão perder a ligação privilegiada com a América latina? Ou mantêm a comunicação com os países estrangeiros, com o recurso à língua do "colonizador"?
 
E o que vão fazer ao espanhóis que vivem na Catalunha? E aos catalães que vivem noutras regiões de Espanha? E aos catalães que são da Catalunha e são contra a independência? Vão ter que optar por uma nacionalidade? Vão ser deportados? Vão ser emigrantes?   
 
E como é que vai ficar a relação com a União Europeia? ( O resto de) Espanha vai votar contra a adesão da Catalunha e muitos países também. E seguiram-se muitas outras perguntas: da moeda, à defesa, ao campeonato de futebol. 
 
A minha amiga começou a ficar aborrecida. Ela acha que eu não percebo nada. Tem razão. Não percebo nada. Daí as questões. Questões que continuam a não ser debatidas. É pena. Hoje vota-se, para separar a Catalunha, de Espanha. Mas é a Catalunha que está dividida a meio.

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Catalunha

por Miguel Bastos, em 31.10.17

Um nacionalista da direita conservadora e cristã, apoiado pela extrema-esquerda, declara a independência e foge para Bruxelas, onde é acolhido pela extrema-direita separatista, com o apoio de um advogado da ETA. Confuso? Claro que sim! Mas, ao mesmo tempo, esclarecedor...

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Manipulações...

por Miguel Bastos, em 27.10.17

"Houve atores políticos que procuraram manipular as populações, ao serviço dos seus interesses. E, infelizmente, tiveram êxito." António Guterres falou. Não foi sobre a Catalunha. Foi sobre a República Centro Africana.

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Um Euro

por Miguel Bastos, em 07.06.17

Ontem lanchei fora. Pão com queijo e meia de leite escura. Sobrou-me um euro. Gastei-o num pastel de nata. Mal pensado. Se o tivesse guardado, tinha comprado um banco.

santander.jpg

https://www.rtp.pt/noticias/economia/santander-anuncia-compra-do-banco-popular_n1006555

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1, 2, 3… diga lá outra vez

por Miguel Bastos, em 04.08.16

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Está toda a agente a preparar-se para as terceiras eleições, consecutivas, em Espanha. Foi neste país que se inventou o concurso “1, 2, 3” que colava Portugal à televisão. Todos queriam saber se saía a casa, o carro ou uma coisa nenhuma, ao casal que tentava descobrir os enigmas lidos por Carlos Cruz.

 

Recorde-se o “1, 2, 3”. O concurso tinha três partes. Na primeira, uma prova de cultura geral. Na segunda, uma prova de habilidade. Na terceira, havia uns objetos e uns enigmas que os concorrentes iam eliminando, até chegarem à última escolha. A terceira parte sempre me pareceu uma cachada. Basicamente, Carlos Cruz arrastava o programa, ajudando ou baralhando os concorrentes, que, depois de muito pensar, escolhiam à sorte. Às vezes tinham sorte, outras vezes tinham azar. Depois de dois processos eleitorais, os espanhóis vão votar outra vez? Ou vão deixar de votar, e passam a escolher à sorte?

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Espanha: na mesma?

por Miguel Bastos, em 28.06.16

rajoy ganha.jpg

As eleições espanholas voltaram a dar vitória ao PP, sem maioria. Portanto: na mesma, como a lesma? Pode ser que não. A verdade é que o PP cresceu, em votos e em mandatos; o PSOE perdeu votos e mandados, mas está à frente do Podemos; o Podemos caiu, nas expetativas e na real; o Ciudadanos também. Os jornais de ontem faziam contas e cenários: PP + PSOE; PP + PSOE + Ciudadanos; PSOE + Podemos + Ciudadanos e, a mais provável, PP+Ciudadanos, com apoio parlamentar do PSOE.

 

Num certo sentido, Espanha não mudou muito, relativamente às eleições de há seis meses. Não há uma vitória clara de um partido, nem a capacidade de um dos partidos clássicos, governar com um dos novos partidos. Uma solução do tipo PP + Ciudadanos ou PSOE + Podemos. Mas há duas diferenças significativas. Primeiro, só há soluções governativas com o  envolvimento dos dois principais partidos, o que parece um regresso ao bipartidarismo. Segundo, mesmo sem maioria, a legitimidade para o PP governar, aumentou. Houve um número significativo de eleitores que deram o seu voto ao partido de Mariano Rajoy e castigaram os outros partidos, que foram penalizados por não se entender. A isto chama-se democracia. São os eleitores que têm o poder e o passam aos políticos. Resta saber se eles sabem o que fazer com ele…

 

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Espanha empata em casa

por Miguel Bastos, em 21.12.15

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Eleições em Espanha: o PP ganhou, porque ganhou; o PSOE ganhou, não sei porquê; o Podemos e o Cidadãos também ganharam, porque passaram a existir e acabaram com o bipartidarismo. Os Espanhóis estão a ficar parecidos com os portugueses. Todos ganham.

 

Apesar de ter ganho, PP perdeu demasiados votos e mandatos. Sozinho não se aguenta e,  mesmo que conseguisse o apoio dos Cidadãos também não seria suficiente. Portanto, PP sozinho não chega; PP + Cidadãos também não; PSOE + Podemos idem; PSOE + Podemos +  Cidadãos é esquisito; PP + PSOE também. Venceram todos, mas não se percebe o quê. Fala-se em mudança, mas não se percebe que mudança é que aí vem.

 

Em Espanha, havia um partido que ganhava, um partido que perdia, e os outros. Agora, temos um empate. Há mais cenários e narrativas possíveis, mas o fim é uma incógnita. Se for bom, é um filme de David Fincher, se for mau é uma novela da TVI.

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Quem é o Franco?

por Miguel Bastos, em 30.07.15

quem e o franco.jpg

 

Um jogador de futebol apresentou-se, aos sócios e à imprensa, com uma t-shirt com a imagem de Franco. O ditador é espanhol, o clube também, o jogador é português. Mas o caso deu que falar nos jornais e nas redes sociais. Não gosto destas ondas de indignação politicamente correctas. Mas o caso, é lamentável.

 

Em comunicado, o jogador reagiu: “Peço desculpa por não conhecer a história de Espanha, mas de facto não fazia a mínima ideia de quem era esta pessoa... até agora!”. Desculpas aceites. A seguir acrescenta “Eu (…) não tenho ideais políticos e nunca votei na minha vida!”. Isso já é mais grave. Mas há pior.

 

Quando lhe perguntaram se ia deitar a t-shirt fora respondeu “Nem pensar, era só o que faltava!” Que é como que diz:

 

“Só porque o senhor fez uma guerra civil, com a ajuda de Hitler e Mussolini, que provocou a morte de um milhão de pessoas?”

“Só porque perseguir, torturou e matou milhares de pessoas durante a sua governação, de quase quarenta anos?”

“Só porque a ditadura durou até à morte de Franco?”

“Era só o que faltava! A t-shirt custou-me 30 euros”

 

O que é mais triste, é que a pobre criatura não aprendeu nada. Desculpa-se a ignorância. Já a estupidez…

 

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