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O novo líder parlamentar do PSD, diz que Ferro Rodrigues desrespeitou a AR. Porque permitiu o encerramento da comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos. Ferro respondeu que quando tinha 34 anos dizia coisas muito piores e elogiou o sentido de humor de Hugo Soares.
No fundo, Hugo queria mão de ferro. Ferro deu-lhe o sorriso da Mona Lisa.
Há uns anos falava-se muito de temas fraturantes. O termo veio do PS, mas passou a ser associado também (ou, sobretudo) ao Bloco de Esquerda. Desta vez, o tema “fraturante” é a Eutanásia. Discutiu-se hoje, na Assembleia da República. Ou, pelo menos devia-se ter discutido. É que, às vezes, fica a sensação de que nem vale a pena discutir. Toda a gente já sabe tudo. Dentro e fora da Assembleia. Há 10 anos, vimos cartazes com imagens de bebés com mais de seis meses de gestação, a pedirem aos pais para não os matarem nos cartazes. Hoje, tivemos este sinal de STOP. Afinal quem é que fratura?
Para algumas pessoas, parece que se vai começar a matar gente: a torto e a direito; e dentro da legalidade. Vão-se usar os mesmos argumentos de outras batalhas. A interrupção voluntária da gravidez ia acabar com o nascimento de bebés. O casamento de pessoas do mesmo sexo ia acabar com a procriação. A procriação medicamente assistida ia acabar com o sexo. É incrível como é que ainda há gente em Portugal!
O PSD acha que as coisas vão de mal a pior… O PS acha que está na altura do PSD mudar de atitude. Toda a esquerda criticou a atitude do PSD. Até, dizem, o CDS já mudou. De atitude e não só, digo eu. O CDS já tinha falado da geringonça. O PS fala, agora, da caranguejola. O Presidente do PS tenta a metáfora. Vamos ver se cola.
O PS quer que o PSD tenha uma atitude construtiva. O PSD responde que a responsabilidade está do lado do governo. O PSD acha que, sem o apoio da esquerda, o PS deve-se demitir. O PS responde que o PSD é que se demitiu. O PSD diz que a esquerda perdeu as eleições. A esquerda diz que acabou o autoritarismo da maioria de direita.
O jogo de ping pong distrai-nos da renegociação da dívida e das críticas à submissão ao euro, ao pacto de estabilidade, ao tratado orçamental feitas pela esquerda da esquerda. Ou do enorme aumento de impostos e da austeridade, referido pela direita da direita.
Contas feitas… as contas do orçamento foram aprovadas. Mas falta, ainda, o ajuste de contas. Não vai ser para já… Já agora, quem conta as contas acrescenta-lhe umas pontas…
O argumento tem vindo a ser repetido. Em Portugal, elegemos parlamentos, não elegemos governos. A sério? Ninguém diria… Já estou a ver os donos deste tipo de argumentação a abanar a Constituição da República Portuguesa. E não vou pedir desculpa por não ser constitucionalista. Afinal, quantos são? Mas, é impressão minha ou andaram por aí uns cartazes com a cara de António Costa a pedir “Confiança”?
E os debates, foram com quem? Com os 230 candidatos ao parlamento? Como é que se chama o deputado número 102 da Coligação? E o deputado número 17 da CDU? Elegemos parlamentos através de um sistema em que os deputados são escolhidos pelas direcções partidárias, eleitos por um circulo eleitoral, transformados em “deputados da nação”, sujeitos a disciplina partidária. Depois, contam-se os deputados e quem tem mais deputados ganha. Isto, se os outros todos, que perderam, não decidirem somar os votos e dizer que são a maioria.
É por isto que todos os partidos concordam que é necessário uma reforma do sistema eleitoral. E é também por isso, que nenhum se propõe a fazer essa reforma. Ninguém fica bem na fotografia, porque são muitos e não se vêm nas rotundas.