Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
https://www.rtp.pt/noticias/cultura/o-coliseu-e-nosso-protesto-do-porto-faz-30-anos_n1694832
Esta manhã, a rádio alertou-me para a chuva. Abri a pestana e olhei para o telemóvel: só chove depois das 10. Abri a persiana e pareceu-me ver chuva. De resto, não fui o único. Vi pessoas, na rua, a passar de guarda-chuva. Saí para rua, antes das 10. Pareceu-me, mesmo, que estava a chover. Mas, resisti. Eu não sou pessoa para me deixar enganar por perceções.
- O que é isso, pai?
- O quê?
- Tens uma borbulha no nariz!
- É a adolescência, a chegar.
- Oh, pai, tu tens mais de 50 anos!
- Mas ninguém me dá mais de 20.
- Achas!?
- Então? Com borbulhas e tudo... Estou cada vez mais novo!
O Napoleão andou a gastar o dinheiro todo em joias. Depois, vieram os ladrões, roubaram-lhe o Louvre e tem sido uma grande confusão em França. Sinceramente, de um imperador francês esperava-se mais do que uma imitação manhosa de um rapper americano. Enfim, a mania do bling bling…
A dada altura, chamaram aos Depeche Mode “a maior banda alternativa de estádio”. Bem apanhado. Antes deles, só me lembro dos U2 e dos Simple Minds. Mas, os U2 cresceram de tal forma, que se tornou difícil pensá-los como “alternativos”. Já os Simple Minds foram muito grandes, mas durante muito pouco tempo.
Há 40 anos, estavam no topo do mundo, com um disco “blockbuster”, que tinha tantos sucessos, que mais parecia um “best of”. Era uma vez…

Em tempos que já lá vão, o senhor Carlos Vaz Marques vivia do jornalismo. Depois de ter sido afastado do jornalismo (coisa feia!) passou a viver à custa dos jornalistas (outra coisa feia!). Criou uma editora toda catita, para lançar uns livrinhos e tal. Confesso que achei graça. Uma coisa pequenina, meia de autor… Qual quê?! Aquilo é uma máquina de fazer livros. Coisa do demo! Rebenta a guerra na Ucrânia e adivinhem quem é que tem uns livrinhos sobre o assunto? Invadem o Capitólio e quem é que já tem um livro na forja? Israel entra na faixa de Gaza e quem é que…? Estão a perceber o esquema, não estão? A coisa piorou, quando se lembrou de começar a lançar livros sobre música. Esta semana, vai sair um sobre os Beatles. Não acha que já está a ir longe de mais, sr. Carlos? A dar cabo da vida dos seus concidadãos! A paciência tem limites, sr. Carlos, mas o orçamento também tem. Oh, se tem!
Os heróis não existem. Ou, então, existem - na nossa cabeça - porque precisamos deles. Precisamos de figuras de referências, que nos sirvam de exemplo, mas, também, de garantia de segurança, de porto de abrigo. Francisco Pinto Balsemão não era um herói, mas parecia. Fundador da democracia e do PSD. Fundador de Expresso e, depois, de um império de comunicação social. Desaparece numa altura em que a democracia está ameaçada. Numa altura em que o jornalismo e a comunicação social estão em crise. Numa altura em que o seu próprio grupo de comunicação dá sinais de fragilidade. Numa altura em que precisamos de heróis - que não existem (já sabemos) mas que continuamos a precisar.
"Ui, já devo estar muito velha", disse-me, a sorrir, "para me homenagearem". Maria do Rosário Pedreira apresenta-se como "editora", mas reconhece terá sido escolhida pelo facto de ser escritora. É a homenageada, deste ano, do Festival Literário Escritaria. Maria do Rosário Pedreira escreveu mais de 40 livros para crianças e jovens, um romance e 5 livros de poesia. Para além disso, tem uma presença assídua em jornais e revistas, no seu blog "Horas Extraordinárias", e nas palavras que são cantadas por milhares de portugueses. São dela as "Pontas soltas", amarradas na voz de Carlos do Carmo. Foi por causa dela, que António Zambujo foi apanhado de "calças na mão". Esta semana, vai-se juntar aos "gigantes Saramago e Lobo Antunes".
Para ouvir, aqui:
https://www.rtp.pt/noticias/cultura/escritaria-festival-literario-celebra-18-anos_n1692396
[Foto: Vitorino Coragem]
https://www.rtp.pt/noticias/pais/gnr-celebram-45-anos-nos-coliseus_n1691945

Ricardo Pais já tem o seu nome inscrito na sala principal do Teatro Nacional São João, no Porto. O encenador (e antigo diretor) chama-lhe "uma homenagem pré-póstuma". E diz que se sente bem "bem melhor do que se fosse póstuma". E ri-se. Ricardo Pais parece a "Carolina" da canção de Godinho: "ar de menina, sapiência de avó". Ricardo ri-se com ar de menino - rabino, travesso: "eles deviam por umas bananas e uma Carmen Miranda ao lado, aquilo parece Las Vegas", mas, depois, emociona-se e admite que "ninguém pode desejar mais do que ter o seu nome..." deixando uma frase incompleta, na sua vida cheia. 80 anos.