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José Malhoa

por Miguel Bastos, em 29.01.25

jose malhoa.jpg 

- José Malhoa?! Há um museu José Malhoa, em Portugal?
- Há. E é muito interessante.
- Deve ser, deve.
- Um dia destes, vamos lá.
- Credo! Mais depressa ia ao Museu do Toy!

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Ainda estou aqui

por Miguel Bastos, em 28.01.25

ainda estou aqui.jpg 

Há um enorme entusiamo à volta do filme "Ainda estou aqui". Fui vê-lo, no fim de semana, na última fila de uma sala cheia. Fernanda Torres enche a tela, o filme, a alma. O filme passa muito tempo (passa, não perde!) a dar-nos um retrato da vida doce e burguesa da família de Eunice Paiva (Fernanda Torres), no Rio de Janeiro. Uma vida interrompida pela prisão do marido, Rubens Paiva (excelente, Selton Mello!). É preso, porque sim. Porque era assim, naqueles tempos negros que dominam o filme. Eunice/Fernanda vai ser um farol de luz, na escuridão.
 
Fernanda Torres ganhou um Globo de Ouro, pelo seu desempenho, e fez um discurso maravilhoso, quando recebeu o prémio ("Vocês não fazem ideia: a minha mãe esteve aqui, há 25 anos!"). A mãe, Fernanda Montenegro - que os portugueses conhecem, sobretudo, das telenovelas - também entra no filme. O realizador do filme, Walter Salles, é o mesmo que tinha levado a mãe Fernanda aos Globos de Ouro, há 25 anos (com "Central Brasil").
 
"Ainda estou aqui" é um extraordinário testemunho da ditadura militar no Brasil e surge numa altura em que os movimentos antidemocráticos se alastram, em todo o mundo. Ou seja, é um testemunho, também, para estes dias ("dias de medo", diz Fernanda Torres).
 
"Ainda estou aqui" está apontado para 3 Óscares. Não sabemos, ainda, se os vai ganhar, ou não. Mas sabemos, já, o que ganhámos com ele.

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Dona Simone

por Miguel Bastos, em 27.01.25

 simone.jpg

"Às vezes perguntam-me: 'Sô Dona Simone, quer um chazinho?' E eu respondo: 'Para ser franca, apetecia-me mais um whiskey, com duas pedras de gelo, e um cigarro'". É por causa de histórias como esta, contadas pela própria, que tanta gente se apaixona por Simone de Oliveira. A Simone da televisão, das revistas, das entrevistas. A Simone da "Desfolhada", do festival, do vestido verde. A Simone do "quem faz um filho, fá-lo por gosto". A Simone que abandonou o primeiro marido e foi mãe solteira e namorada do Henrique Mendes e viúva do Varela. A Simone que perdeu a voz. A Simone atriz: no palco, na televisão, na vida. A Simone maior do que a vida. E com tudo isso, muitas vezes esquecemo-nos que Simone, antes de tudo, é cantora. E não é só da "Desfolhada".
 
Em 2013, um grupo de músicos - ainda jovens, mas já experientes - resolveu fazer um disco para Simone, com Simone. Um disco novo, com sabor "vintage". Um disco como deve ser: com uma produção rigorosa, orquestrações sumptuosas e arranjos sofisticados. "Pedaços de mim" tem a participação de dezenas de músicos: bateria, baixo, piano, guitarra, acordeão, vibrafone, percussão, harpa, oboés, fagotes, clarinetes, trompas, trombones, trompetes, tuba, saxofones, violinos, violas, violoncelos, contrabaixos. É um disco para Simone brilhar. E Simone brilhou, uma vez mais. Por vezes, fica a sensação de que as canções nem sempre acompanham a ambição da obra. Mas, em todo o caso, é um disco maravilhoso. E Simone está lá, de corpo e alma. E, sim, é cantora: antes de tudo. Depois de tudo, também.

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Ver o som

por Miguel Bastos, em 24.01.25

AUDIÇÃO EXPOSIÇÃO SERRALVES.jpg 

O som vê-se? Pelos vistos, sim. Gil Delindro trabalha com sons que não se ouvem. Amplifica-os, para que se possam ouvir, e, até (pasme-se) para que se possam ver. Parece magia, mas, se calhar é "só" arte.
Para ouvir (sim, dá para ouvir!), aqui:

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Manhã

por Miguel Bastos, em 23.01.25

manha noite.jpg 

De manhã é que começa o dia e não-sei-quê
Certo
O problema é que a manhã começa de noite
Pena

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Centro Pompidou

por Miguel Bastos, em 22.01.25

pompidou.jpg 

Paris. Lembro-me que chegámos, excitadíssimos, ao Centro George Pompidou. As 10 horas ainda não tinham chegado e a manhã já era quente, luminosa e barulhenta. O edifício revelava-se a escultura pós-modernista das fotografias: vidro, metal, túneis de teletransporte, tubos de todas as cores. E o melhor estava para vir: Kandinsky (eia!), Matisse (hum!), Picasso (uau!), Miró (fuuu!). Depois de uma sanduíche leve, e breve, mais telas, mais esculturas e instalações, e mais "uaus!" de alegria e espanto. As horas foram passando, as pernas começaram a pesar, a barriga a reclamar que a arte não puxa carroça. Já não respondemos, com excitação, às instalações de Yoko Ono e bordejámos, exaustos, o urinol de Duchamp. Saímos, cilindrados, da nave espacial - a sentir os efeitos do "jet leg" no corpo. Eram, novamente, 10 horas. Só não eram da noite, como nesta fotografia, porque estávamos no verão. O Pompidou foi uma experiência do outro mundo. Creio que ainda é.

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Sopa

por Miguel Bastos, em 21.01.25

- Hoje, devíamos jantar mais cedo.
- Certo, mãe.
- Como almoçámos bem, comemos uma sopa, por volta das sete.
- Combinado. E às oito, comemos o quê?

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Depois da festa

por Miguel Bastos, em 20.01.25

anne.jpg

"O Crepúsculo da Democracia" começa como se fosse um filme. Uma festa de Ano Novo, em 1999, numa casa de campo na Polónia. Dezenas de pessoas - vindas de Moscovo, Nova Iorque, Londres ou Varsóvia - preparam-se para celebrar a chegada do ano 2000 com otimismo. Pensei nos filmes de guerra. As pessoas a divertirem-se ou a discutir futilidades, ignorando que as bombas e os soldados já estão próximos. Os últimos momentos de alegria, antes do confronto violento.

E é mais ou menos isso que se segue. Escreve a autora: "Volvidas quase duas décadas, eu atravessaria agora a rua para evitar algumas das pessoas que foram à minha festa de Ano Novo. Elas, por seu turno, não só se recusariam a entrar na minha casa como teriam vergonha de admitir que alguma vez lá tinham estado. Na verdade, quase metade das pessoas que foram àquela festa não falaria com a outra metade." As pessoas que estavam na festa eram "de direita": conservadores e liberais, admiradores de Thatcher, defensores da NATO, do mercado livre, da União Europeia, da democracia. Uma direita otimista e triunfante, que confiava nas instituições. Que combatia a esquerda, dentro das regras. Muito diferente de uma certa direita, que não é nova - porque tem demasiadas coisas parecidas com a antiga.

Anne Applebaum aborda a forma como a direita autoritária e populista chegou ao poder na Hungria e na Polónia, mas também nos Estados Unidos onde, hoje, se assiste ao regresso de Donald Trump à presidência. Anne descreve as táticas que os protagonistas desta direita usam para desgastar as instituições democráticas. Como usam, de forma quase científica, a calúnia e a mentira. Como inventam teorias da conspiração e campanhas de difamação. Como agitam medos e inventam ameaças. Como prometem o regresso a um passado que nunca existiu. Como defendem uma coisa e o seu contrário. Como defendem uma coisa e fazem outra. Como lutam pelo poder, apenas para exercerem o poder. Os valores e a ideologia têm muito pouco a ver com este contexto. Razão, pela qual, os partidos tradicionais têm tido muitas dificuldades em irem a jogo. Porque vão com as regras da democracia para um combate sem regras.

Apesar do retrato traçado, recorrendo a casos e períodos históricos, em que a democracia esteve em perigo, ou foi, mesmo, derrotada, a autora consegue, ainda assim, deixar uma nota de esperança. "O Crepúsculo da Democracia" é uma excelente reflexão sobre os tempos em que vivemos.

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Fraquinho

por Miguel Bastos, em 17.01.25

IMG_1388.jpegA minha firma pediu-me para começar a trabalhar de manhã cedo. Aquele "manhã cedo" que nada tem de "manhã clara", porque começa na noite escura. A "Rainha da Noite" ajudou-me a acordar, no disco que Natalie Dessay dedica às heroínas de Mozart. Apercebo-me, entretanto, que o meu carro está todo "girl power". Quanto a mim, estou sem energia nenhuma. Fraquinho, fraquinho…

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