por Miguel Bastos, em 08.11.24
Esta manhã, no "Fuso horário" da Antena 1, a ligação foi a Roma. O jornalista "de desporto" falava de Giorgia Meloni e da admiração, da primeira-ministra italiana, por Donald Trump. Depois, falou sobre a nova regulamentação do vestuário para turistas, em espaços como igrejas ou museus. De seguida, o editor, em estúdio, perguntou: "o árbitro não podia ter apitado mais cedo?" Quem não sabia, ficou, então, a saber que o FC Porto tinha perdido com a Lazio, por 2-1. Fechada a conversa, o locutor do programa da manhã passou a canção "Laura non c’è", do cantor Nek, que fez bastante sucesso, nos anos 90, antes de cair no esquecimento. Maravilha!
Durante anos e anos, a rádio foi-se formatando e deixou de falar para o público "em geral" para falar, diretamente, para públicos específicos (os decisores, os jovens, as mulheres). Pelo caminho, os seus profissionais também se formataram. Se é certo que ninguém tem a capacidade de falar "de tudo", "para todos, também é verdade que a especialização progressiva foi retirando capacidade de comunicação aos "comunicadores".
A rádio (alguma rádio) já se apercebeu disso. E tem tentado fazer caminho, na direção contrária. Claro que ter comunicadores como o o Frederico Moreno, o Fernando Eurico e o Ricardo Soares ajuda muito.