Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
A "silly season" é injustamente desvalorizada. Escrito, há dois anos:
Mais velho - Mas, afinal, como é que é essa praia do Meco?
Pai - Oh filho, é uma praia igual às outras. Tem, apenas, uma diferença...
Mais velho - Qual?
Pai - É conhecida por ser uma praia de nudistas.
Mais velho - Como assim?
Pai - As pessoas não usam roupa. Portanto, quando chegarmos, vamos ter que tirar os calções.
Mais velho - Ai não vou, não!
Mais novo - Eu tiro! Eu tiro!
Mais velho - Estás maluco, ou quê?
Mais novo - Tu é que estás. Nem penses que nos vais estragar as férias, por causa das tuas vergonhinhas!
Sinéad O'Connor morreu. Como muita gente, fui (re)ouvir "Nothing Compares 2 U". E gostei muito. Gostei menos da forma como muitos reduziram a sua carreira a essa canção, salientando que era de Prince. Sejamos francos: só conhecemos "Nothing Compares 2 U", por causa de Sinéad O'Connor. Ninguém conhecia a canção de Prince antes dela a ter cantado, poucos a conheceram depois. E é, apenas, uma - entre muitas - de Prince. O disco que acolhia "Nothing Compares 2 U" ("I Do Not Want What I Haven't Got ") foi um sucesso, mas não era um disco fácil. De resto, Sinéad nunca foi fácil - razão pela qual muitos desistiram dela. Estou entre esses, infelizmente. Voei para outras paragens, enquanto ela se afundava na sua própria cabeça: tão bonita por fora, tão atormentada por dentro.
(Escreve, Miguel, para aqueles dias em que tens dúvidas se estás a dar uma boa educação aos miúdos)
- O que é que estamos a ouvir, pai?
- Então, já ouvimos este disco tantas vezes.
- Eu sei, mas não me estou a lembrar. Eu conheço esta voz.
- Queres arriscar?
- Ainda não. Agora, é uma cantora...
- Chama-se Régine. E tem um convidado especial.
- É o Peter Gabriel.
- Como é que sabes, filho? Quase que nem se nota!
- Nem se nota? Oh, pai, esta voz é inconfundível!
Acordar na noite escura
Chegar à redação
Descobrir um colega doente
Editar a Antena 3
Enfim, a alegria no trabalho.
"Olhos azuis, cabelo castanho, Jane B., inglesa, sexo feminino, idade entre os 20 e os 21". Jane Birkin cantou-se, assim: escrita/descrita por Gainsbourg, deitada sobre um prelúdio de Chopin.
Serge Gainsbourg teria a palavra certa, na medida certa, para falar da morte de Jane. Mas, Serge morreu. Há muito. A exposição "Le mot exact" sobrevive no Centro Pompidou, na cidade que já foi dos dois.
Canção, aqui: https://www.youtube.com/watch?v=nNimEUTmQy8
Ele há coincidências! Estava eu a ouvir este disco e a escrever este texto, quando fui alertado para o regresso, ao vivo, dos LX-90. Foi, ontem, no festival Super Rock.
Música aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=onb_SyCSQ_0&list=OLAK5uy_njAvmQwsu3-oW19jwNzQRFcQCs2iNCOMw&index=6
Imortal, há muito tempo.
Um dia destes, farei um texto espetacular sobre a dignidade no trabalho. Será uma coisa como deve ser: bem pensada, bem escrita, com citações eruditas e notas de rodapé. Infelizmente, agora não tenho tempo. Tenho que pôr estas almofadas na cama, coitadas!
- Olá, Vítor, estou a chegar!
- Ótimo, eu também estou a chegar.
- Calculei. Tenho ideia que acabei de o ver.
- A sério?
- Sim, ali na esquina do mercado.
- Vinha a comer uma banana?
- Acho que sim.
- Então, era eu.
Que bela forma de começar o encontro com o coreógrafo Vítor Roriz, que veio para o Festival. Serpenteámos as ruas da pequena localidade de Pujaut, até encontrar a correta. Subimos a pé, até ao local onde iria apresentar a sua performance, sob o som, ensurdecedor, das cigarras e o sol, inclemente, de Avignon. Ao todo, a atividade demora 7 horas, com pausa para o almoço. Mas eu tenho, apenas, um minuto e meio para contar a história, sem pausa para jantar.