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Meco

por Miguel Bastos, em 28.07.23

meco.jpg

A "silly season" é injustamente desvalorizada. Escrito, há dois anos:

Mais velho - Mas, afinal, como é que é essa praia do Meco?
Pai - Oh filho, é uma praia igual às outras. Tem, apenas, uma diferença...
Mais velho - Qual?
Pai - É conhecida por ser uma praia de nudistas.
Mais velho - Como assim?
Pai - As pessoas não usam roupa. Portanto, quando chegarmos, vamos ter que tirar os calções.
Mais velho - Ai não vou, não!
Mais novo - Eu tiro! Eu tiro!
Mais velho - Estás maluco, ou quê?
Mais novo - Tu é que estás. Nem penses que nos vais estragar as férias, por causa das tuas vergonhinhas!

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Sinéad O'Connor

por Miguel Bastos, em 27.07.23

 

Sinéad O'Connor morreu. Como muita gente, fui (re)ouvir "Nothing Compares 2 U". E gostei muito. Gostei menos da forma como muitos reduziram a sua carreira a essa canção, salientando que era de Prince. Sejamos francos: só conhecemos "Nothing Compares 2 U", por causa de Sinéad O'Connor. Ninguém conhecia a canção de Prince antes dela a ter cantado, poucos a conheceram depois. E é, apenas, uma - entre muitas - de Prince. O disco que acolhia "Nothing Compares 2 U" ("I Do Not Want What I Haven't Got ") foi um sucesso, mas não era um disco fácil. De resto, Sinéad nunca foi fácil - razão pela qual muitos desistiram dela. Estou entre esses, infelizmente. Voei para outras paragens, enquanto ela se afundava na sua própria cabeça: tão bonita por fora, tão atormentada por dentro.

 

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Queres arriscar?

por Miguel Bastos, em 25.07.23

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(Escreve, Miguel, para aqueles dias em que tens dúvidas se estás a dar uma boa educação aos miúdos)
- O que é que estamos a ouvir, pai?
- Então, já ouvimos este disco tantas vezes.
- Eu sei, mas não me estou a lembrar. Eu conheço esta voz.
- Queres arriscar?
- Ainda não. Agora, é uma cantora...
- Chama-se Régine. E tem um convidado especial.
- É o Peter Gabriel.
- Como é que sabes, filho? Quase que nem se nota!
- Nem se nota? Oh, pai, esta voz é inconfundível!

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Esquecimento

por Miguel Bastos, em 20.07.23

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Quando um escritor morre, tendemos a voltar à sua obra. A pensar nela e no seu autor. Faz parte de um certo processo de luto. No caso de Milan Kundera, quase toda a gente se lembrou de "A insustentável leveza do ser". Eu também. Acrescentei "A Valsa do Adeus", "A Imortalidade" e "Livro do Riso e do Esquecimento". Detive-me na palavra "esquecimento". Constatei que, para além dos títulos, não me lembrava dos livros de Kundera. Esquecimento. Abri, por acaso, "A Imortalidade".
 
"Estou na cama, mergulhado na doçura de um semi-sono. Às seis horas, depois de um primeiro e leve despertar, estendo a mão para o pequeno transístor poisado perto da minha almofada e carrego no botão. Ouço as notícias da manhã, quase a distinguir as palavras, e adormeço de novo, enquanto as frases que ouço se vão transformando em sonhos. É a fase mais bela do sono, o momento mais delicioso do dia: graças à rádio, saboreio os meus perpétuos despertares e adormecimentos, essa oscilação entre a vigília e o sono, esse movimento que por si só me livra do desgosto de ter nascido."
    
Com que então, rádio?! Como é que não me lembrava? Não sei. Avanço n' "A Imortalidade" e percebo que a rádio veio para ficar no romance. Eu também. Experimento "despertares e adormecimentos" em diferentes camas, sabendo que, daqui, não saio tão cedo.
 

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Alegria

por Miguel Bastos, em 19.07.23

eu.jpg

Acordar na noite escura
Chegar à redação
Descobrir um colega doente
Editar a Antena 3
Enfim, a alegria no trabalho.

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Jane B

por Miguel Bastos, em 16.07.23

jane.jpg

"Olhos azuis, cabelo castanho, Jane B., inglesa, sexo feminino, idade entre os 20 e os 21". Jane Birkin cantou-se, assim: escrita/descrita por Gainsbourg, deitada sobre um prelúdio de Chopin.
Serge Gainsbourg teria a palavra certa, na medida certa, para falar da morte de Jane. Mas, Serge morreu. Há muito. A exposição "Le mot exact" sobrevive no Centro Pompidou, na cidade que já foi dos dois.

Canção, aqui: https://www.youtube.com/watch?v=nNimEUTmQy8

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Revolução: Lisboa

por Miguel Bastos, em 14.07.23
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Ele há coincidências! Estava eu a ouvir este disco e a escrever este texto, quando fui alertado para o regresso, ao vivo, dos LX-90. Foi, ontem, no festival Super Rock.
 
Lisboa, anos 90: jovem, moderna, europeia, cosmopolita. Era uma Lisboa (ainda) imaginada, mas quase a chegar. A Lisboa Lx, CCB, 94, 98. É nessa Lisboa, que surge "Uma revolução por minuto": a aventura pós-Heróis do Mar de Rui Pregal da Cunha e Paulo Pedro Gonçalves. Enquanto Pedro Ayres Magalhães mergulhava na portugalidade dos Madredeus - fadista, tradicional, mediterrânea, de câmara - o cantor e o guitarrista dos Heróis, emergiam na pista de dança, numa mistura de rock e eletrónica, que os alinhava com as novas propostas de Londres e Manchester. Os Lx-90 tinham guitarras furiosas, baixo pulsante, bateria irrequieta, "beats", "loops" e "samples", um Dj (Vibe) e um mestre de cerimónias (Rui). O disco era um "blockbuster": uma superbanda, dois produtores britânicos, edição bilingue (português e inglês), vídeos e remisturas. Mas, foi um "flop". O público (oh, ironia!) preferiu a Resistência, com as versões acústicas de canções antigas, e o rock folclórico, dos Sitiados. Eles bem que cantavam "a revolução não pode parar", mas parou - antes, mesmo, de começar. Ou, então, continuou noutro local, sem eles. Os próprios não terão gostado muito do disco, porque partiram para outras bandas e fundaram outras bandas (inconsequentes), longe desta fusão de rock e dança. Os Lx-90 foram um caso único, em Portugal. Dancei-os, na altura. E descobri, esta manhã, que ainda se dançam muito bem.
 

Música aqui:

https://www.youtube.com/watch?v=onb_SyCSQ_0&list=OLAK5uy_njAvmQwsu3-oW19jwNzQRFcQCs2iNCOMw&index=6

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Milan Kundera [1929-2023]

por Miguel Bastos, em 12.07.23

kundera.jpg

Imortal, há muito tempo.

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Dignidade no trabalho

por Miguel Bastos, em 11.07.23

almofadas.jpg 

Um dia destes, farei um texto espetacular sobre a dignidade no trabalho. Será uma coisa como deve ser: bem pensada, bem escrita, com citações eruditas e notas de rodapé. Infelizmente, agora não tenho tempo. Tenho que pôr estas almofadas na cama, coitadas!

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Uma banana

por Miguel Bastos, em 10.07.23

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- Olá, Vítor, estou a chegar!
- Ótimo, eu também estou a chegar.
- Calculei. Tenho ideia que acabei de o ver.
- A sério?
- Sim, ali na esquina do mercado.
- Vinha a comer uma banana?
- Acho que sim.
- Então, era eu.

Que bela forma de começar o encontro com o coreógrafo Vítor Roriz, que veio para o Festival. Serpenteámos as ruas da pequena localidade de Pujaut, até encontrar a correta. Subimos a pé, até ao local onde iria apresentar a sua performance, sob o som, ensurdecedor, das cigarras e o sol, inclemente, de Avignon. Ao todo, a atividade demora 7 horas, com pausa para o almoço. Mas eu tenho, apenas, um minuto e meio para contar a história, sem pausa para jantar. 

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