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"Espetáculos musicais, sem músicos, sabem-me a pouco", disse David Ferreira, esta manhã, na Antena 1. A afirmação veio a propósito das passagens de Rosalía e dos Pet Shop Boys pelo Primavera Sound. A Rosalía diz-me pouco, porque conheço pouco. Já os Pet Shop Boys dizem-me muito. São das minhas bandas preferidas. E, mesmo assim, não me chamaram ao festival. Nos festivais desfilam-se os sucessos do costume, os Pet Shop Boys praticamente não usam músicos em palco e (convenhamos) Neil Tennant é um cantor muito limitado. Portanto, sem música, sem músicos e sem cantor, ficamos com o quê?
Mais de 40 anos depois, continua a ser difícil apresentar música pop, de pendor eletrónico, em palco. Durante muito tempo, várias bandas optaram por fazer discos, sem os apresentar ao vivo. Depois, com a fiabilidade das tecnologias musicais e com o desenvolvimento das tecnologias visuais (e com o quase fim da venda de discos) fizeram-se à estrada. Vi as imagens do palco dos Pet Shop Boys e (sinceramente) gostei muito do que vi. Esteticamente, os Pet Shop Boys (as capas dos discos, os videoclips, as roupas, os palcos) sempre foram irrepreensíveis. Mas, temo que o apuro estético resulte num ciclo vicioso. As imagens servem para ilustrar a falta de música e vice-versa. Os músicos, os cabos, os "roadies" estragam o cenário. Temos visto isso, todos os anos, no Festival da Canção e da Eurovisão.
Já viram os Pet Shop Boys, ao vivo, com um coro, percussionistas, naipe de metais, orquestra de cordas e com o Johnny Marr, na guitarra? Eu já. Não me soube a pouco, soube-me a tanto. Infelizmente foi, apenas, na minha cabeça.
David Ferreira a contar, aqui:
https://www.rtp.pt/play/p955/e698104/david-ferreira-a-contar