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- Arranjaste o portão, mãe?
- Sim.
- Uau, devias deixar de ser cientista e passar a ser carpinteira!
- Ah, ah!
- A-ha? Pensei que gostasses mais dos Bee Gees!
Mais álcool. Mais tabaco. Mais peso.
São consequências da pandemia, que afetaram, sobretudo, os jovens - refere um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Eu - que não fumo e quase não bebo - devo celebrar a minha perda de peso, ou lamentar a minha perda de juventude?
Estamos a aderir à substituição da designação "República Checa", por "Chéquia".
Convenhamos, Chéquia não parece o nome de um país.
Parece o imperativo do verbo "to check", em português do Brasil.
Mesmo assim, podia ser pior. Por exemplo, "Verifique-a".
A aproveitar o sol, para tratar da roupas dos indígenas, enquanto ouço bons programas de rádio. Claro que, se fosse um serviço público a sério, punham uns tipos a ajudar na lida da casa. Aposto que a BBC nos vem dobrar as meias. Mas, enfim, é o país que temos.
Que interessante, tanta gente a falar de Vangelis. Julgava-o esquecido. Lembro-me de gostar (e de deixar de gostar) de "Friends of Mr. Cairo" - o disco que fez com Jon Anderson, dos Yes. Lembro-me da música da série "Cosmos", de Carl Sagan. Lembro-me da banda sonora de "Blade Runner", filme que só vi muitos anos mais tarde. Lembro-me de o achar parecido com o Demis Roussos, e só depois descobrir que tinham pertencido à mesma banda. Lembro-me do hino de Guterres, claro. Um ovo de Colombo. Mais, recentemente, lembro-me de "Momentos de Glória" / "Chariots of Fire" interpretada pela London Symphony Orchestra, dirigida pelo maestro Simon Rattle, nos Jogos Olímpicos de 2012. Tem uma "performance" hilariante de Rowan Atkinson, como Mr. Bean. Já a vi várias vezes com os meus filhos. Eles adoram. Serve para lhes mostrar que a música orquestral pode ser popular. Que um dos maiores maestros do mundo pode ser divertido. Que os britânicos são os maiores a fazer humor e a fazer espetáculos. Que Rowan Atkinson ficou com a parte mais chata. Que a música é bonita. Que a música é de Vangelis. Vangelis morreu com Covid-19. Tinha 79 anos.
Timor-Leste a caminho dos 20 anos. A jornalista Rita Colaço a fazer (belíssimas) reportagens, na Antena 1. Esta manhã, entrevistou José Ramos-Horta que, amanhã, toma posse como presidente da República. Releio este parágrafo, sobre o golpe de Estado na Indonésia, que, em 1965, instalou Suharto no poder: "Ao todo, foram mortas pelo menos 500 mil pessoas (...) Numa zona do país, os rios ficaram tão repletos de cadáveres que a água deixou de correr." Não é de admirar que um governo, que nasceu com esta violência, não tenha tardado a impor essa mesma violência aos vizinhos mais próximos. 20 anos, Timor. Foi quase um milagre. É quase um milagre.
A entrevista pode ser ouvida aqui: https://www.rtp.pt/play/p517/e618147/espaco-das-10
O parágrafo pertence ao livro "A Guerra Fria", de Odd Arne Westad.