Rita Redshoes disse, no Jornal 2 da RTP, que, durante muito tempo, ficava incomodada com o facto de evocarem, repetidamente, a sua beleza. Sentia que o seu trabalho era desvalorizado. Lena d'Água também disse que "era tão gira, que as pessoas só falavam de mim e esqueciam-se da música".
Ora, Rita é, há muito tempo, uma das compositoras, cantoras e instrumentistas mais inspiradas (e inspiradoras) em Portugal. E, sim, é linda. O que não retira nenhum valor ao seu trabalho. Pelo contrário, só acrescenta. Agora, parece-me evidente que ainda temos - todos nós - muito a aprender sobre a forma como abordamos a beleza: a nossa e a dos outros.
Angela Merkel, símbolo da austeridade económica e financeira da União Europeia, está de saída.
Angela Merkel, símbolo do acolhimento aos refugiados contra a hesitação da União Europeia, também.
Ambas (apetece escrever "ambas as duas") vão abandonar a vida política.
Durante os seus mandatos, muitos analistas lamentaram a ausência dos grandes líderes europeus. Demoraram a perceber que, se calhar, tinham uma: ali, mesmo, debaixo do nariz.