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O jovem timoneiro começou a ficar ansioso. Descíamos, de barco, o grande rio. Uns atrás dos outros. Depois de lutarmos contra a violência de um rápido, perdemos o último barco de vista. "Moço, o que é que está acontecendo?" "Um momento, silêncio", responde o jovem , de ouvido atento e com um olhar de lince, a varrer o rio. "Moço, você está-me deixando nervoso". O timoneiro fez ouvidos de mercador. "Tudo à esquerda". "Moço, eu exijo saber o que está acontecendo". Segreda-me ao ouvido "Vou ter que te pedir uma coisa". "Eu exijo..." "Você não exige nada", diz o timoneiro, "Eu é sou responsável pela vossa segurança, eu é que exijo." Aponta para mim. "Ele toma conta do barco. Você fica quieta e fica calada." Pisca-me o olho e sai do barco, correndo ligeiro pela margem. Volta passado uns minutos. "Está tudo bem", diz ao entrar no barco, "eles vêm aí". "Ai, que susto, minino. Nunca pensei, que..." "Pois não, não pensou. Agora, peço-lhe, não volte a atrapalhar. E, sobretudo, não exija". Lembrei-me desta história, mas já nem sei bem porquê.