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Para quê esta capa do jornal "i"? Para nos lembrar que este ano foi um bocado "cocó" e para nos oferecer um rolo de papel higiénico, patrocinado por uma grande marca do setor. O anúncio diz que o papel é perfumado. Mas, não sei porquê, isto não me cheira nada bem.
Tenho um amigo meu que chega a esta altura e anda sempre a barafustar porque a mulher dele gosta de pendurar umas botas de pai natal nos puxadores das portas e depois as portas não fecham e é muito chato e ele fica muito irritado e é claro que ele devia era ir falar com a mulher dele em vez de vir para aqui dizer disparates mas parece que a comunicação entre ele e a mulher dele já teve melhores dias de modos que temos todos de ter paciência e aguentar um bocadinho porque esta vida são três dias e vai-se a ver o Natal é paz e amor e também não dura assim tanto felizmente.
Um dia destes, vou expor, aqui, a minha vida glamorosa. Só estou à espera de inspiração. Ou, então, de uma vida glamorosa.
A Rita abria os braços e corria para o televisor, a sorrir: "SA-RA-MA-GO!" A menina não tinha, ainda, 2 anos e não entendíamos a razão de tanto entusiasmo. Com o Nobel, Saramago tinha passado a aparecer muito no ecrã. Mais tarde, percebemos que a pequena Rita gritava "SA-RA-MA-GO!" sempre que via um senhor velhinho na televisão. Concluímos que, habitualmente, não há muitas pessoas de idade na televisão. Se não tivesse crescido, talvez, hoje, a Ritinha gritasse "LOU-REN-ÇO!" - outro velhinho excecional, recentemente falecido. Ontem, muita gente ficou muito entusiasmada com a capa do jornal Público. O próprio autor das imagens da capa, Adriano Miranda, confessava, no dia anterior, que estava tão excitado, que não sabia se iria dormir. Na capa do jornal, não estava um escândalo político, nem uma vitória desportiva, nem sequer um velhinho excecional: estavam velhos. E uma pergunta, inquietante, no interior: "Porque escolhemos não ver os velhos?" E um texto, assombroso, da escritora Dulce Maria Cardoso, que, a dada altura, refere: "Todas as crianças são parecidas entre si, os velhos são velhos cada um à sua maneira". Tínhamos, então, velhos no jornal - o grupo mais afetado pela pandemia. Muitos velhos. Mas, cada um com o seu nome, a sua idade, a sua profissão. Cada um "à sua maneira". Só isto: que é tanto.
Sou um leitor com alma de decorador. Esta manhã, por exemplo, não me consegui decidir. Onde arrumar "Amália - Ditadura e Revolução", de Miguel Carvalho? Ao lado das biografias políticas de Mário Soares, Otelo Saraiva de Carvalho e Humberto Delgado? Ou junto às biografias artísticas de António Variações, Sérgio Godinho e Caetano Veloso? Podem enviar as vossas sugestões. Mas (lá está, o meu lado de decorador) também podem enviar clássicos de mobiliário de design do século XX. E é isto. Obrigado.
"Inoculação". Já se estão a afeiçoar à palavra? Eu reconheço que "pica" é uma designação muito infantil. Mas, "injeção" não serve? "Vacina" não é suficiente? Eu não sei como é que é convosco, mas, pessoalmente, a palavra "inoculação" tira-me a pica toda.
Há um ano, estava em Madrid, a acompanhar a Cimeira do Clima. Foram dias (e noites!) tão intensos que, tendo recebido uma boa notícia, nem tempo tive para a celebrar. O programa "Só neste país", dedicado ao pinheiro, tinha sido premiado na categoria de jornalismo florestal. Na reportagem que fiz, acompanhei Pedro Mónica Ribeiro - um vigilante apaixonado pelas questões ambientais - numa ação para recuperar um espaço florestal em Lousada, no distrito do Porto. A reportagem acabou por se alargar ao grupo de voluntários, dinamizado pela bióloga Milene Matos - pessoas que dão parte do seu tempo livre, para ajudar a criar um mundo melhor. Como tantos outros ali, em Madrid, onde me encontrava.
O programa pode ser ouvido aqui. (Reportagem ao minuto 26).
Certo dia, uma estrelinha, em Belém, iMagina o nascimento de uma nova polícia...